Intel 18A em xeque: CFO admite ‘tropeço’ no desktop contra Ryzen 9000 e promete Panther Lake ainda em 2025

A tecnologia Intel 18A enfrenta desafios consideráveis, conforme admitido pelo próprio diretor financeiro da empresa durante conferência recente. David Zinsner reconheceu abertamente que a Intel “deixou a bola cair” no segmento de desktops de alto desempenho, onde a linha Ryzen 9000 da AMD tem dominado o mercado premium, um reconhecimento raro da posição fragilizada da empresa em seu tradicional mercado de processadores.

“Como vocês sabem, nós meio que tropeçamos na área de desktop, particularmente no segmento de alto desempenho. Quando analisamos a participação de mercado em termos de valor versus unidades, não estamos performando tão bem, principalmente por causa desse negócio de desktop de alto desempenho onde não tivemos uma boa oferta este ano“, afirmou Zinsner durante a Conferência de Tecnologia 2025 do Deutsche Bank.

A Intel deposita suas esperanças de recuperação no processo Intel 18A (classe 1.8nm) e no próximo CPU Nova Lake, que segundo rumores poderá chegar com impressionantes 52 núcleos. A empresa acredita que esse processador superará os produtos concorrentes da AMD, mas só estará disponível no segundo semestre de 2026, o que representa uma janela considerável para que a rival consolide ainda mais sua posição.

“O Nova Lake, que é o próximo produto, tem um conjunto mais completo de SKUs. Ele atende ao mercado de desktop de alto desempenho. Então, esperamos melhorar nossa posição no próximo ano“, explicou o CFO, sinalizando uma estratégia de longo prazo para reconquistar terreno perdido.

Enquanto isso, Zinsner confirmou que o Panther Lake, próxima geração de processadores para laptops, segue no cronograma previsto: “As coisas estão indo bem. Nosso primeiro SKU será lançado até o final deste ano, e teremos mais SKUs no primeiro semestre de 2026, com aumento significativo de volume ao longo de 2026.”

No entanto, o executivo revelou que a empresa enfrentou dificuldades com a tecnologia Intel 18A, particularmente relacionadas ao rendimento (yield) da produção. “Gostaríamos de ter estabilizado o rendimento mais cedo, mas enquanto ajustávamos o desempenho, o rendimento acabou sendo impactado“, explicou. “Estamos em um lugar realmente bom quanto ao desempenho, e agora estamos fazendo melhorias incrementais constantes no rendimento do 18A.”

Embora Zinsner não tenha detalhado a natureza técnica dos problemas de rendimento, fica claro que a Intel precisa resolver essas questões rapidamente. O processo 18A não é apenas fundamental para os produtos Panther Lake e para o negócio de fundição da empresa, mas também para o CPU Nova Lake para desktop e para a próxima geração de produtos para data centers.

No segmento de servidores, o executivo admitiu que, apesar dos CPUs Xeon série 6 serem mais competitivos que a geração anterior, isso não foi suficiente para impedir a AMD de ganhar participação de mercado. A Intel agora deposita esperanças nos processadores Diamond Rapids baseados na tecnologia 18A para desacelerar o avanço da rival no mercado de servidores.

“Isso não nos coloca completamente lá“, disse Zinsner sobre o Diamond Rapids. “Em certos casos, o desempenho é realmente melhor. Mas em outros casos, não é. Então, temos mais trabalho a fazer para finalmente chegar a um ponto ideal. E o próximo produto será o Coral Rapids.”

O panorama apresentado pelo CFO sugere que a Intel enfrenta um período desafiador nos próximos anos, e a recuperação completa no espaço de data center pode levar tempo considerável. No entanto, a ampliação bem-sucedida da produção com a tecnologia 18A representa um passo crucial nessa direção.

Fonte: Tom’s Hardware Você também pode gostar dos artigos abaixo: Rumor: Chips Panther Lake da Intel têm produção adiada para o quarto trimestre Intel 18A promete 25% mais desempenho ou 36% menos consumo de energia

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Fonte: Hardware.com.br