
A cena que transformou “De Volta Para o Futuro” em clássico imortal
Publicado em 22 de outubro de 2025 às 16:10
4 min de leituraAos 19 minutos de projeção, “De Volta Para o Futuro” (1985) deixa de ser apenas mais uma comédia adolescente dos anos 80 e se transforma automaticamente em fenômeno cultural atemporal. A sequência do estacionamento do Twin Pines Mall, onde Doc Brown (Christopher Lloyd) revela o DeLorean pela primeira vez a Marty McFly (Michael J. Fox), é, indiscutivelmente, a cena mais icônica da franquia — e talvez do cinema sci-fi dos anos 1980.
O momento que parou o tempo
A cena do estacionamento funciona como portal narrativo perfeito entre a normalidade e o extraordinário. Filmada no Puente Hills Mall, na Califórnia, a sequência mostra Doc demonstrando o funcionamento do DeLorean enquanto acelera até 88 milhas por hora com seu cachorro Einstein no lugar do piloto. Quando o veículo atinge a velocidade crítica, luzes piscam ao redor da máquina antes dela desaparecer, deixando apenas rastros de fogo no asfalto — uma imagem que se tornou a representação visual definitiva da viagem no tempo na cultura pop.
O diretor Robert Zemeckis exigiu que o efeito especial fosse violento e visceral, “algo como um Neanderthal sentado no capô do carro, quebrando a marreta o tecido do tempo à sua frente”. A equipe de efeitos combinou animação cel desenhada à mão com iluminação embutida no carro, trilhas de fogo capturadas na locação e pirotecnia adicional sobreposta na pós-produção. O resultado transcendeu as limitações tecnológicas da época — sem CGI, apenas artesanato cinematográfico puro.
A máquina do tempo perfeita
A escolha do DeLorean DMC-12 como veículo para a viagem temporal não foi acidental. O roteirista Bob Gale explicou que, durante a produção, o fundador da empresa John DeLorean estava sendo julgado por tráfico de cocaína e constantemente nos noticiários, enquanto sua companhia faliu. “Para nós, havia algo perigoso, algo contracultural, algo tão lindo sobre como aquele carro era belo — e nós amávamos aquelas portas de asa de gaivota“, revelou Gale em entrevista à CNN.
Originalmente, o roteiro previa uma geladeira como máquina do tempo, mas a produção mudou para um veículo por questões dramáticas e práticas. As portas gull-wing do DeLorean permitiram que a família Peabody, ao ver o carro emergir do celeiro em 1955, o confundisse com uma nave espacial alienígena. Esse detalhe aparentemente simples conectou elementos narrativos cruciais do filme de forma elegante e orgânica.
A transformação dos DeLoreans em máquinas do tempo envolveu uma equipe de elite de artistas de Hollywood que havia trabalhado anteriormente em produções como “Star Wars”, “Alien”, “Blade Runner” e “Knight Rider”. O supervisor de efeitos especiais Kevin Pike liderou a modificação de três DeLorean DMC-12 usados de 1981, trabalhando com arte conceitual do lendário designer Ron Cobb e outros artistas.
Seguindo práticas padrão de Hollywood, a produção utilizou três DeLoreans distintos com funções específicas. O “carro A” era o veículo herói, completamente montado com todos os adereços externos e internos para takes de beleza e close-ups. O “carro B” servia para cenas de ação e acrobacias, replicando apenas o exterior do carro A enquanto mantinha interior original de fábrica. O “carro C” era usado para filmagens internas — sua frente foi cortada para acomodar câmeras grandes da época, que não cabiam no interior apertado do DMC-12 original.
Dos três veículos originais, apenas o “carro A” sobrevive hoje, restaurado e em exibição permanente no Petersen Automotive Museum em Los Angeles. O “carro B” foi destruído por um trem no final de “De Volta Para o Futuro III”, enquanto o “carro C” foi desmontado após ser usado nos três filmes.
O culto imortal ao DeLorean
Fadado ao anonimato após a falência da DeLorean Motor Company em 1982, o DMC-12 foi completamente ressuscitado pela trilogia de Robert Zemeckis. O filme não apenas salvou o modelo do esquecimento como criou um culto global que perdura até hoje. Estima-se que ainda existam cerca de 6.500 unidades do DeLorean em circulação — de aproximadamente 9.200 fabricadas entre 1981 e 1983 — mantidas por uma legião de restauradores e colecionadores apaixonados.
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A própria DeLorean Motor Company renasceu como empresa especializada em restauração e manutenção dos veículos originais, oferecendo peças de reposição e serviços de restauração completa. O DMC-12 transformou-se em um dos carros mais icônicos da história do cinema, transcendendo seu status de fracasso comercial para se tornar símbolo cultural permanente. John DeLorean, que morreu em 2005, chegou a escrever uma carta ao produtor Bob Gale dizendo: “Obrigado por manter meu sonho vivo”.
Fonte: Hardware.com.br
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