Pular para o conteúdo
Afinal, para que servem as COPs? Os resultados das conferências do clima até agora
Tecnologia
afinal
para
que
servem
cops
resultados

Afinal, para que servem as COPs? Os resultados das conferências do clima até agora

Publicado em 17 de dezembro de 2025 às 12:00

3 min de leitura

De longe, escuto uma música familiar. Chegando mais perto, reconheço a trilha sonora da animação Guerreiras do K-Pop. Sou convidada a participar de um workshop de fazer chaveiros, tirar foto com roupas típicas da Coreia do Sul e ainda ganho um leque com uma imagem do filme.

Não estou em um evento geek, e sim na COP, a conferência climática mais importante do planeta. O evento ocorre em um país diferente a cada ano – e, em 2025, calhou de ser sediado no estado em que nasci, e na cidade em que eu passei os primeiros 15 anos da minha vida.

Era visível a melhora na infraestrutura de Belém. Novos espaços culturais e de socialização foram inaugurados poucas semanas antes do evento. A cidade estava em clima de festa, e os paraenses em êxtase pela oportunidade de mostrar sua cultura ao mundo.

Eu e outras 50 mil pessoas estávamos credenciadas para participar do espaço principal da COP, a Zona Azul. Essa é a área em que rolam as negociações, com acesso restrito a delegações, diplomatas, cientistas, ONGs, jornalistas etc. Entrando lá, dei de cara com uma conferência multicultural, em que países e instituições montam estandes para divulgar o que estão fazendo de melhor no combate à crise climática… ou quase isso.

Seria ingênuo achar que os países não usariam esse espaço para se autopromoverem em áreas como turismo e cultura. A China distribuía pelúcias de ursos pandas para quem estivesse disposto a assistir palestras em chinês – havia uma fila de interessados.

Passando a área dos pavilhões estava a parte mais “cinza” da Zona Azul: os escritórios das delegações, 22 salas de negociação e duas para plenárias (megassessões com todos os países). No total, eram 160 mil metros quadrados com dezenas de eventos acontecendo ao mesmo tempo.

Ao lado ficava a Zona Verde, um espaço oficial aberto à comunidade onde aconteceram outras dezenas de painéis simultâneos. Extraoficialmente, a cidade abrigava ainda feiras, shows e manifestações culturais.

Algumas pessoas veem a COP como um festival desnecessário, além de um celeiro para greenwashing (empresas e países que posam de ambientalistas, mas que mantêm ações ineficientes ou prejudiciais ao clima) e lobistas. Ora, se o objetivo é lidar com o maior problema que a humanidade já criou para si mesma e para todas as espécies do planeta, não seria melhor (e mais sustentável) marcar um Zoom com chefes de Estado e cientistas e ir direto ao ponto?

Não. Existem bons motivos para a COP ser um evento presencial, e a pegada de carbono do evento é pouco significativa (a emissão estimada da COP30 foi de 130 mil toneladas de CO2 – 770 vezes menos do que o mundo inteiro emite num único dia). Vamos entender as virtudes e os problemas das conferências do clima – e por que, mesmo com contradições, elas ainda são essenciais.

UNclimatechange/Flickr/Reprodução Do Rio a Paris

Nos anos 1960, a ciência conseguiu medir que o mundo estava esquentando. Nas décadas seguintes, reunimos dados mais do que suficientes para confirmar que esse aumento de temperatura é causado pela ação humana, e pode resultar em um colapso climático.

Fonte: Superinteressante

Leia também