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Britânico de 19 anos é acusado nos EUA de liderar ataques hacker que renderam US$115 milhões.
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Britânico de 19 anos é acusado nos EUA de liderar ataques hacker que renderam US$115 milhões.

Publicado em 21 de setembro de 2025 às 11:32

3 min de leitura

Um jovem britânico de 19 anos está no centro de uma das maiores investigações cibernéticas recentes nos Estados Unidos. O Departamento de Justiça acusa Thalha Jubair de integrar o grupo hacker Scattered Spider e de ter participado em pelo menos 120 ataques que resultaram em prejuízos e resgates pagos no valor de mais de 115 milhões de dólares.

Adolescente britânico é acusado de ataque hacker bilionário nos EUA

Thalha Jubair foi preso na última terça-feira em sua casa em East London após uma operação conjunta entre o FBI e a agência britânica NCA (National Crime Agency). O jovem compareceu ao tribunal em Londres dois dias depois, junto a outro acusado, Owen Flowers, de 18 anos. Ambos respondem por sua suposta participação em um ataque cibernético contra a Transport for London (TfL) em 2024, que deixou serviços fora do ar e expôs dados pessoais de usuários.

O caso reacende o debate sobre o poder de grupos de criminosos digitais cada vez mais jovens, que vêm explorando brechas humanas e tecnológicas para atingir empresas e até instituições críticas.

O grupo “Scattered Spider” e a ascensão dos “adolescentes persistentes”

O Scattered Spider ganhou notoriedade por aplicar técnicas de engenharia social, enganando funcionários de grandes corporações ao se passar por atendentes de help desk para obter credenciais de acesso.

Apesar da idade de seus integrantes, especialistas alertam que eles operam com métodos altamente sofisticados. Por isso, vêm sendo apelidados de advanced persistent teenagers (adolescentes persistentemente avançados), uma paródia do termo usado no setor de cibersegurança para identificar agentes estatais ou grupos criminosos organizados.

Além dos ataques digitais, o grupo é ligado à comunidade The Com, conhecida tanto por golpes online quanto por práticas perigosas que ultrapassam a internet, como casos de swatting (chamadas falsas à polícia para intimidar alvos).

Acusações federais nos EUA

As acusações contra Jubair foram apresentadas no estado de Nova Jersey e incluem crimes de hacking, extorsão e lavagem de dinheiro. Segundo o Departamento de Justiça, ele teria lucrado diretamente com invasões a ao menos 47 empresas e também a sistemas de infraestrutura crítica nos EUA.

Entre os episódios mais graves está a invasão às redes internas das Cortes Federais americanas. Nesse ataque, os hackers comprometeram três contas, incluindo a de um juiz federal, explorando o acesso para solicitar dados confidenciais de uma instituição financeira.

Durante buscas em 2024, o FBI apreendeu servidores atribuídos a Jubair, nos quais foram encontradas provas de diversas violações e até uma carteira de criptomoedas com saldo de US$ 36 milhões. Autoridades relatam que, no momento em que os sistemas eram tomados pelo FBI, cerca de US$ 8,4 milhões foram transferidos em tentativas frenéticas de ocultar os fundos.

Jovens e crimes digitais em alta

O caso reforça uma tendência que preocupa autoridades: a entrada precoce de adolescentes em comunidades hacker que misturam glamour, dinheiro fácil e risco extremo. De acordo com órgãos de cibersegurança, grupos como o Scattered Spider representam um desafio inédito, pois mesclam a ousadia juvenil com técnicas cada vez mais sofisticadas de fraude online.

A acusação contra Jubair pode resultar em décadas de prisão se for condenado nos EUA. Mais do que um processo judicial, o episódio expõe uma vulnerabilidade crescente no cenário digital global: a combinação entre falhas humanas e hackers cada vez mais jovens, ambiciosos e organizados.

Fonte: Hardware.com.br – Notícias

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