
Casais têm mais chances de compartilhar transtornos psiquiátricos, diz estudo
Publicado em 7 de setembro de 2025 às 19:00
2 min de leituraUm novo estudo internacional de grande escala revelou que casais tendem a compartilhar transtornos psiquiátricos com mais frequência do que se imaginava.
De acordo com os pesquisadores, pessoas diagnosticadas com alguma condição mental têm maior probabilidade de se casar com parceiros que apresentam o mesmo transtorno — e esse padrão se repete em diferentes países, gerações e contextos culturais.
📊 O estudo
A pesquisa analisou dados de mais de 14,8 milhões de pessoas em Taiwan, Dinamarca e Suécia.
Os resultados mostraram que:
- Quando uma pessoa em um casamento é diagnosticada com um transtorno psiquiátrico, o parceiro tem probabilidade significativamente maior de ter o mesmo diagnóstico.
- Mesmo quando não compartilham exatamente a mesma condição, os cônjuges tendem a apresentar algum outro transtorno da lista de nove diagnósticos comuns, incluindo depressão, ansiedade, esquizofrenia, transtorno bipolar e dependência de substâncias.
O trabalho foi publicado na revista científica Nature Human Behaviour e analisou registros das últimas cinco décadas. “O principal resultado é que o fenômeno se repete em diferentes países, culturas e gerações”, explica Chun Chieh Fan, coautor do estudo e pesquisador no Laureate Institute for Brain Research, em Oklahoma (EUA).
🤔 Possíveis explicações
Os cientistas não identificaram uma causa única para o fenômeno, mas apontam três hipóteses principais:
- Atração por experiências semelhantes – parceiros podem se aproximar pelo reconhecimento mútuo de desafios emocionais ou de saúde.
- Ambiente compartilhado – ao viver juntos, os casais podem desenvolver comportamentos ou sintomas parecidos, já que muitos transtornos têm componentes ambientais.
- Estigmatização social – indivíduos com transtornos mentais podem ter opções limitadas de relacionamentos, o que aumenta a probabilidade de formar casais com condições semelhantes.
👶 Impactos para gerações futuras
Os resultados também sugerem que, quando ambos os pais apresentam o mesmo transtorno, os filhos têm o dobro de chances de desenvolver a condição. Isso ocorre porque fatores genéticos podem ser potencializados em casais que compartilham o mesmo diagnóstico.
Apesar disso, especialistas afirmam que os dados não devem gerar mudanças imediatas na forma como médicos comunicam riscos genéticos, já que mais estudos ainda são necessários para entender o fenômeno em escala global.
Fonte: Superinteressante
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