Crítica: Demon Slayer Castelo Infinito entrega tudo aquilo que se propõe e mais

Fonte: TecMundo

Demon Slayer: Kimetsu No Yaiba - Castelo Infinito é um filme de cinema. Claro, se você é muito fã da franquia, é provável que a ida ao cinema para contemplar o começo do fim do anime já estivesse nos planos, mas considere essa a confirmação de que assistir ao filme na telona vale o preço do ingresso. Mas afinal, o que esperar da produção que tem quebrado recordes mundiais de bilheteria antes mesmo de estrear globalmente?

O trailer de Castelo Infinito elevou as expectativas dos fãs, e com razão. Ele tem um ritmo frenético, justamente o que se espera neste momento da história, em que os protagonistas estão prestes a enfrentar o maior vilão de todos. Agora, pegue esse ritmo frenético e multiplique por 100: esse pontapé inicial da trilogia entrega exatamente isso. Castelo Infinito é aquele filme que faz você se ajeitar algumas vezes na cadeira para garantir que está o mais confortável e atento possível a fim de absorver tudo o que acontece na tela.

Trilha sonora certeira — e a falta dela também

A trilha sonora tem sido um tópico recorrente nas conversas sobre anime. Nesta produção, ela dita tudo. As cenas já intensas são combinadas com músicas, em sua maioria instrumentais, que mantêm o espectador vidrado e em perfeita sincronia com os acontecimentos. Você se sente quase manipulado pela sonoridade.

Essa sensação fica ainda mais evidente quando a música de repente para e o silêncio absoluto abre espaço para o aprofundamento dos diálogos e a aquietação dos sentimentos eufóricos que o precederam. Essas quebras de expectativa chegam como uma provocação e colaboram para que o espectador permaneça atento durante as quase três horas de filme.

Evolução do Tanjiro

Demon Slayer nunca escondeu o clichê do protagonista que está em constante busca por evolução e que enfrenta inimigos cada vez mais fortes. Aqui isso fica mais evidente, com um salto de poder claro após o arco de treinamento com os hashiras. Tanjiro não é mais um iniciante e passa a ser respeitado como um oponente digno por seus adversários.

Apesar de essa narrativa não ser novidade, é difícil não se emocionar ao ver um personagem tão carismático e esforçado finalmente ser reconhecido, principalmente quando luta lado a lado com os caçadores mais poderosos desse universo. Mesmo nós, que acompanhamos de fora toda a jornada desse herói, acabamos reagindo da mesma forma que os personagens dentro do Castelo Infinito: ele realmente é extraordinário.

Cenas de luta que não precisam competir entre si

Apesar de o anime ter sua narrativa principal definida, as lutas que não envolvem o protagonista também são de tirar o fôlego. Se você já leu o mangá ou viu os pôsteres oficiais do filme, já sabe quais batalhas te aguardam, mas esse pequeno spoiler em nada reduz a empolgação que elas provocam.

Mais uma vez, a animação brilha — mas isso não é novidade em Demon Slayer. A trilha sonora também dá o tom dos conflitos, mas o que diferencia essas batalhas das outras cenas de luta, já brilhantes, é o local onde acontecem. O Castelo Infinito, controlado pela Quarta Lua Superior, Nakime, é um personagem por si só e torna os confrontos ainda mais dinâmicos. Basta o som de seu instrumento tocar para que todos saibam: algo vai mudar de lugar — mas não se sabe o quê, de onde ou para onde.

Histórias paralelas que importam

Tudo acontece ao mesmo tempo no filme. Enquanto os conflitos principais se desenrolam, muita coisa ocorre paralelamente, e esses momentos frequentemente oferecem um respiro diante da tensão extrema vivida pelos protagonistas. Seja por meio de uma pausa para mostrar o panorama geral do Castelo Infinito ou de uma cena cômica que quebra o gelo, essas passagens funcionam como boas transições entre os combates principais.

Outra forma de nos afastar das tramas centrais, mas desta vez para complementá-las, é o uso de flashbacks. Essa é uma das estratégias mais consistentes de Demon Slayer para aprofundar o desenvolvimento de seus personagens por meio do entendimento de seus passados. Em Castelo Infinito não é diferente: há uma quantidade razoável de flashbacks, todos com intenções claras e ainda proporcionando alguns dos momentos mais emocionantes do filme.

Vida após Castelo Infinito