Pular para o conteúdo
Fábrica chinesa usa robôs humanoides para testar baterias 24 horas por dia e triplica produção
Computação
fábrica
chinesa
usa
robôs
humanoides
para

Fábrica chinesa usa robôs humanoides para testar baterias 24 horas por dia e triplica produção

Publicado em 26 de dezembro de 2025 às 14:20

3 min de leitura

A CATL, maior fabricante de baterias para carros elétricos do mundo, começou a usar robôs humanoides nas linhas de montagem de suas fábricas na China. A decisão marca uma virada na automação industrial: em vez de máquinas especializadas e fixas, a gigante chinesa preferiu robôs com formato humano, capazes de se adaptar a diferentes tarefas sem reprogramação completa.

A estratégia revela uma aposta clara. Robôs tradicionais podem ser mais rápidos em tarefas repetitivas, mas qualquer mudança na linha exige reconfiguração cara e demorada. Já os humanoides aprendem funções novas com mais agilidade, o que ajuda a fabricante a reagir melhor a alterações de produto ou escala.

Por enquanto, o Moz está restrito a uma fábrica na província de Henan. Mas se a experiência se mostrar escalável, outros fabricantes devem seguir o caminho. E aí, a pergunta deixa de ser “se” robôs humanoides vão dominar as linhas de montagem, e passa a ser “quando

Moz: um robô feito para baterias de alta voltagem

O modelo escolhido pela CATL se chama Moz (ou Xiaomo, em chinês). Ele não tem pernas convencionais. A base é uma plataforma com rodas, e no centro há uma espécie de “monopé” hidráulico que ajusta a altura do torso conforme necessário. Acima, dois braços articulados fazem o trabalho fino: encaixar conectores de alta tensão, apertar parafusos, retirar baterias prontas da esteira.

Esse tipo de operação costumava ser feito por pessoas. O problema é óbvio: lidar com centenas de volts todos os dias não é exatamente seguro. A CATL implantou os robôs justamente na área de testes finais, onde as baterias montadas passam por verificação antes do envio. Ali, o Moz conecta e desconecta terminais elétricos, ajusta a força aplicada em tempo real e detecta variações milimétricas de encaixe sem travar ou forçar componentes.

Treinamento com IA generativa

Os robôs não vêm prontos de fábrica. A CATL usa modelos de linguagem grandes (LLMs) para ensinar o Moz a reconhecer peças, interpretar variações de posição e reagir a problemas inesperados, como um conector levemente torto ou uma bateria fora do padrão dimensional.

Na prática, isso significa que o robô não executa apenas um script fixo. Ele processa o ambiente, compara com padrões aprendidos e ajusta o comportamento. Se uma peça estiver 2 mm deslocada, ele compensa. Se a resistência ao encaixe for maior que o normal, ele recalcula a força. Tudo em frações de segundo.

Segundo a CATL, os testes mostraram desempenho equivalente ao de operadores experientes. Não “melhor”. Equivalente. A velocidade de execução das tarefas fica no mesmo patamar. A diferença aparece na jornada: enquanto humanos precisam de pausas, os robôs operam 24 horas. Com isso, a produtividade da linha sobe até três vezes, considerando turnos ininterruptos.

O Moz foi desenvolvido pela Spirit AI, uma startup chinesa com investimento direto da CATL. As baterias que alimentam os robôs também são da CATL, fechando o ciclo. A empresa não revelou valores, mas deixou claro que pretende expandir o uso de automação baseada em inteligência artificial em outras fábricas.

A aposta faz sentido do ponto de vista estratégico. A CATL fornece baterias para Tesla, BMW, Volkswagen e dezenas de outras montadoras. Qualquer ganho de eficiência ou redução de defeitos tem impacto direto em contratos bilionários. E robôs que detectam falhas sozinhos, sem depender de inspeção visual humana, ajudam a manter o controle de qualidade em escala industrial.

Você também deve ler!

Fourier GR-3: o robô humanoide que sorri, entende emoções e ajuda no dia a dia

Fonte: Hardware.com.br – Notícias

Leia também