
Dois anos antes de matá-lo, o Coringa teve sua vida salva por Jason Todd
Publicado em 27 de outubro de 2025 às 09:00
2 min de leituraPoucos momentos são tão icônicos nas HQs quanto o assassinato de Jason Todd, o segundo Robin, pelo Coringa em Batman: Uma Morte em Família (1988).
O som do pé-de-cabra, o voto dos leitores e o luto do Cavaleiro das Trevas marcaram para sempre a mitologia do personagem.
Mas há um detalhe sombrio e quase esquecido: menos de dois anos antes, o próprio Jason havia salvado a vida do Coringa.
O contexto: pós-Crise nas Infinitas Terras
Após a Crise nas Infinitas Terras, a cronologia da DC estava em plena reestruturação.
O editor Denny O’Neil ainda não tinha uma nova equipe fixa em Batman, enquanto em Detective Comics o roteirista Mike W. Barr e o artista Alan Davis davam continuidade às histórias no antigo formato — com um Jason Todd ainda muito parecido com Dick Grayson.
Essa transição curiosa gerou histórias situadas entre continuidades, e foi justamente em uma delas que o evento aconteceu.
Quando Jason Todd salvou o Coringa
Em Detective Comics #570 (1987), Batman e Robin enfrentam o Coringa e a Mulher-Gato, que havia sido hipnotizada pelo palhaço e voltado temporariamente à vilania.
Ao capturar o vilão, Batman perde o controle — furioso pelo que o Coringa fez com Selina Kyle — e começa a espancá-lo violentamente, prestes a matá-lo.
Nesse momento, Jason intervém, impedindo o golpe final e salvando a vida do Coringa.
Poucos segundos depois, Bruce recupera o controle e agradece ao “seu jovem parceiro” antes de partirem para a noite de Gotham.
Uma cena de parceria e redenção… que, vista hoje, carrega uma ironia trágica.
Dois anos depois: a morte em família
Menos de dois anos após essa história, o mesmo Coringa retornaria em uma das tramas mais sombrias da DC: Batman: A Death in the Family (1988).
Armado com o mesmo pé-de-cabra visto em incontáveis capas e memes, o vilão espanca Jason Todd quase até a morte antes de explodir o prédio onde ele se encontrava.
O contraste é brutal: o garoto que poupou o assassino agora é destruído por ele — um ciclo de violência que definiria o futuro do Batman e o nascimento do anti-herói Capuz Vermelho anos depois.
Um paralelo sombrio da mitologia do Batman
A história de Detective Comics #570 ganhou novo peso quando relida à luz desses eventos.
Ela mostra um Robin ainda idealista, acreditando na justiça e na capacidade de Bruce de se controlar — o oposto da brutalidade e desilusão que marcariam o Batman após sua morte.
É uma dessas coincidências poéticas que os quadrinhos, às vezes, constroem sem perceber: o ato de misericórdia de Jason apenas adiou sua própria tragédia.
📚 Leitura essencial:
- Detective Comics #570 (1987) – Mike W. Barr & Alan Davis
- Batman: A Death in the Family (1988) – Jim Starlin & Jim Aparo
Fonte: CBR
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