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Jogo no Steam rouba doações para tratamento de câncer: o caso BlockBlasters
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Jogo no Steam rouba doações para tratamento de câncer: o caso BlockBlasters

Publicado em 27 de setembro de 2025 às 08:33

2 min de leitura

Um jogo disponível na plataforma Steam chamado BlockBlasters foi identificado como veículo de distribuição de malware que roubou dezenas de milhares de dólares em criptomoedas de centenas de jogadores. O caso mais chocante envolve um streamer da Twitch que perdeu todas as doações arrecadadas para seu tratamento contra o câncer.

A fraude veio à tona quando o streamer Raivo Plavnieks, conhecido como RastalandTV, revelou em 30 de setembro que teve mais de 32 mil dólares em criptomoedas roubados após instalar o jogo BlockBlasters, recomendado por alguém no chat de sua transmissão ao vivo. O dinheiro era fruto de doações de seus seguidores para custear seu tratamento oncológico. O streamer compartilhou sua experiência em uma postagem no X (antigo Twitter).

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Investigações realizadas após o incidente expuseram a real dimensão do problema. O pesquisador de segurança conhecido como ZachXBT descobriu que o malware havia comprometido 261 contas diferentes na Steam, resultando em perdas de mais de 150 mil dólares. Já o grupo de pesquisa de malware vx-underground estimou que o número de vítimas pode chegar a 478 usuários.

De acordo com dados do SteamDB, site independente que rastreia mudanças na plataforma Steam, o BlockBlasters foi lançado em julho deste ano completamente limpo. No entanto, uma atualização em 30 de agosto introduziu secretamente o código malicioso, que permaneceu ativo por quase um mês sem ser detectado pelos sistemas de segurança da Valve.

Um grupo de pesquisadores de segurança publicou uma análise detalhada sobre o funcionamento do malware, identificando os responsáveis pelo ataque e documentando como conseguiram interromper a operação criminosa. Os especialistas afirmaram possuir “montanhas de evidências técnicas” sobre os indivíduos envolvidos, as quais compartilharam com autoridades policiais.

Parte da controvérsia gerada pelo caso está relacionada à alegação de que o BlockBlasters possuía o selo “Verificado” na Steam. É importante esclarecer que essa classificação se refere apenas à compatibilidade com o Steam Deck (console portátil da Valve), confirmando que o jogo roda no dispositivo, sem implicar qualquer avaliação de segurança do conteúdo.

O incidente levanta sérias questões sobre os processos de verificação da Steam, uma plataforma que acumula a confiança de milhões de jogadores ao longo de décadas. “Este é um nível alarmante de falta de fiscalização”, criticaram os pesquisadores que investigaram o caso. “Como uma plataforma pode permitir que um malware tão evidente exista em seu ecossistema?”

O caso do BlockBlasters representa mais um episódio na crescente tendência de ataques cibernéticos direcionados a gamers, público que muitas vezes possui carteiras de criptomoedas e outros ativos digitais valiosos, tornando-se alvos lucrativos para criminosos virtuais.

Segundo reportagem do BleepingComputer, foi o incidente com RastalandTV, transmitido ao vivo, que finalmente desencadeou uma investigação mais aprofundada sobre o jogo malicioso, levando à sua remoção da plataforma.

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Fonte: Hardware.com.br

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