Pular para o conteúdo
MicroFactory: a startup que quer acabar com o mito das “fábricas gigantes”
Games
microfactory
startup
que
quer
acabar
com

MicroFactory: a startup que quer acabar com o mito das “fábricas gigantes”

Publicado em 27 de setembro de 2025 às 12:10

2 min de leitura

A revolução industrial está encolhendo — literalmente. Enquanto boa parte do setor aposta em robôs humanoides para o lar ou em parques fabris inteiramente automatizados, a startup norte-americana MicroFactory quer provar que pensar pequeno pode gerar impacto global.

Fundada em 2024, em San Francisco, a empresa desenvolveu uma fábrica robótica do tamanho de uma casinha de cachorro. O sistema abriga dois braços mecânicos capazes de montar circuitos, soldar componentes e organizar cabos com precisão cirúrgica. Tudo isso ocupando uma fração do espaço de uma linha de montagem tradicional.

Como funciona essa mini‑fábrica

O coração da inovação não está apenas no design compacto, mas no método de treinamento. Em vez de depender de códigos complexos de inteligência artificial, os robôs aprendem observando e repetindo gestos humanos. O operador pode movimentar fisicamente os braços robóticos para ensinar tarefas específicas, encurtando o processo de configuração e tornando-se muito mais intuitivo.

“Não precisamos de robôs humanoides para realizar trabalhos de uso geral”, disse Igor Kulakov, cofundador e CEO da MicroFactory, ao falar sobre a filosofia da empresa. Segundo ele, aproximar a robótica do aprendizado humano elimina barreiras técnicas e permite aplicar a tecnologia em cenários antes inacessíveis.

DNA de quem veio da indústria

A ideia nasceu da experiência dos fundadores, Igor Kulakov e Viktor Petrenko. Antes da MicroFactory, a dupla comandava a bitLighter, especializada em equipamentos de iluminação portátil para fotógrafos. Lá, perceberam dois grandes obstáculos: a dificuldade de treinar novos funcionários e o tempo desperdiçado com processos repetitivos. A inteligência artificial, em rápida evolução, parecia ser a resposta — mas com um twist: em vez de substituir pessoas, a fábrica aprenderia com elas.

Investimento milionário e fila de espera

O mercado comprou a visão. A MicroFactory levantou US$ 1,5 milhão em uma rodada pré-seed, que contou com executivos da Hugging Face e até com Naval Ravikant, investidor renomado no Vale do Silício. O aporte elevou a avaliação da startup para US$ 30 milhões e garante os recursos necessários para escalar a produção.

Hoje, a equipe prepara a transição do protótipo para produto comercial, com entregas previstas para os próximos dois meses. Mais de uma centena de pedidos já foram feitos — de indústrias de eletrônicos até setores curiosos, como o processamento de caracóis destinados a restaurantes franceses.

Ambições em escala menor (mas exponencial)

Se depender de Kulakov, a MicroFactory não ficará restrita a nichos experimentais. O plano ousado é multiplicar a produção por 10 a cada ano, começando com cerca de três unidades fabricadas por dia. Em paralelo, a equipe deve crescer e os modelos de IA embarcados serão aprimorados constantemente.

A mensagem é clara: o futuro da indústria pode não estar em megacomplexos de aço e vidro, mas em microfábricas portáteis capazes de levar automação sob medida a qualquer negócio — democratizando uma revolução que até agora parecia restrita a gigantes.

Fonte: Hardware.com.br

Leia também