
Operation Sentinel expõe redes de cibercrime na África com 574 prisões e milhões recuperados
Publicado em 26 de dezembro de 2025 às 12:00
3 min de leituraA Interpol anunciou o sucesso da Operation Sentinel, uma ampla operação internacional de combate ao cibercrime que resultou na prisão de 574 suspeitos em 19 países africanos. A ação, que ocorreu entre 27 de outubro e 27 de novembro, conseguiu recuperar aproximadamente 3 milhões de dólares e desmantelar redes criminosas responsáveis por prejuízos estimados em mais de 21 milhões de dólares.
Fila de pessoas em espera, representando populações afetadas por cibercrime na África durante a Operation Sentinel. Durante a Operation Sentinel, as autoridades conseguiram descriptografar seis variantes de ransomware e desativar mais de 6.000 links maliciosos utilizados pelos criminosos. Os investigadores identificaram três principais modalidades de crime cibernético na região: comprometimento de e-mail corporativo (BEC), extorsão digital e ataques de ransomware.
A operação abrangeu uma extensa lista de nações africanas, incluindo Benin, Botswana, Burkina Faso, Camarões, Chade, Congo, Djibuti, República Democrática do Congo, Gabão, Gana, Quênia, Malawi, Nigéria, Senegal, África do Sul, Sudão do Sul, Uganda, Zâmbia e Zimbábue. O trabalho coordenado entre estas jurisdições foi crucial para o sucesso da iniciativa.
Um dos casos mais significativos ocorreu em Senegal, onde criminosos tentaram aplicar um golpe contra uma grande empresa petrolífera. Os golpistas haviam conseguido acessar o sistema de e-mail interno da companhia e, se passando por executivos, autorizaram uma transferência bancária no valor de 7,9 milhões de dólares. As autoridades senegalesas conseguiram rastrear a operação e congelar as contas de destino antes que o dinheiro fosse sacado.
Em Gana, uma instituição financeira foi vítima de um ataque de ransomware que criptografou 100 terabytes de dados, resultando em uma demanda de resgate de 120 mil dólares. Por meio de análises avançadas de malware, as autoridades ganenses identificaram a variante do ransomware e desenvolveram uma ferramenta de descriptografia que permitiu recuperar quase 30 terabytes de informações.
Neal Jetton, Diretor de Cibercrime da Interpol, comentou sobre a operação: “A escala e sofisticação dos ataques cibernéticos na África estão acelerando, especialmente contra setores críticos como finanças e energia. Os resultados da Operation Sentinel refletem o compromisso das agências de aplicação da lei africanas, trabalhando em estreita coordenação com parceiros internacionais. Suas ações protegeram com sucesso meios de subsistência, dados pessoais sensíveis e preservaram infraestruturas críticas.”
A Interpol já havia alertado em junho de 2025 sobre o aumento acentuado do cibercrime na África, indicando que as atividades ilegais realizadas online representam mais de 30% de todos os crimes reportados nas regiões Ocidental e Oriental do continente. Aproximadamente dois terços dos países-membros africanos relataram que as ofensas relacionadas ao ciberespaço constituem uma parcela média a alta (10-30% ou mais de 30%) de todos os crimes.
Esta não é a primeira operação bem-sucedida contra o cibercrime no continente africano. Operações anteriores como a Operation Red Card resultaram na prisão de 306 suspeitos em sete países africanos e na apreensão de 1.842 dispositivos usados em fraudes e golpes cibernéticos. Já a Operation Serengeti, realizada no ano passado, conseguiu infiltrar-se em redes criminosas responsáveis por perdas financeiras estimadas em 193 milhões de dólares, afetando cerca de 35.000 vítimas em todo o mundo.
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Fonte: Hardware.com.br
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