
Strava processa Garmin por violação de patentes
Publicado em 4 de outubro de 2025 às 12:00
3 min de leituraA Strava declarou guerra jurídica à Garmin, pedindo que a gigante norte-americana pare de vender a maior parte de seus relógios esportivos e ciclocomputadores. O processo, protocolado no Tribunal Distrital de Colorado em 30 de setembro, agitou o mercado global de tecnologia esportiva e levanta dúvidas profundas sobre o futuro da integração entre as plataformas mais populares do segmento
O que está em jogo
O coração da disputa são duas funções queridinhas por atletas: segmentos (trechos de rota para competir por tempo) e heatmaps (mapas de calor que apontam os trajetos mais frequentados para treinos ao ar livre). Segundo Strava, a Garmin infringiu patentes desses recursos e, ainda pior, violou um acordo de cooperação assinado entre as companhias em 2015 — época em que passaram a colaborar para integrar o Strava Live Segments aos dispositivos Garmin.
A queixa da Strava: a Garmin teria usado o acesso privilegiado à tecnologia segmentada da parceira para criar soluções próprias e lançá-las com seu selo, dentro do Garmin Connect e seu extenso catálogo de aparelhos, sem permissão. O pedido na justiça é claro: proibir a venda de dispositivos Garmin que tragam segmentos ou mapas de calor, o que pode afetar relógios Forerunner, Fenix e Edge, além de funcionalidades do próprio app Connect.
Rivalidade de bastidores e mudanças no mercado
Pouco depois do processo, veio à tona um bastidor curioso: segundo Matt Salazar, Chief Product Officer do Strava, a gota d’água foi uma alteração de regras nos sistemas de integração da Garmin. A empresa teria exigido, a partir de julho, que parceiros mostrem o logo da Garmin em toda atividade postada a partir de seus dispositivos. Para o Strava, seria uma “invasão publicitária” que prejudicaria a experiência dos usuários — e as tentativas de acordo acabaram frustradas
Nos últimos anos, a relação foi se deteriorando. Em 2024, mudanças da Strava na política de API impactaram aplicativos e usuários, causando desconforto na própria Garmin, que criticou abertamente o uso de dados de atletas em treinamentos de inteligência artificial. Ao mesmo tempo, as plataformas se tornaram cada vez mais concorrentes após a Garmin lançar o Connect+ — versão paga do seu popular app, rivalizando diretamente com o modelo premium do Strava
Tecnologias Envolvidas e Debate de Patentes
Os segmentos do Strava, patenteados em 2015, permitem criar disputas virtuais em trechos definidos por usuários, com rankings e métricas de rendimento. Já os heatmaps, patenteados em 2016 e 2017, usam os dados de atividades para exibir rotas populares e sugerir percursos com base no movimento da comunidade esportiva. A Garmin, porém, começou a implementar heatmaps no Connect em 2013 e lançou seus primeiros segmentos em 2014, antes mesmo de fecharem a parceria formal com o Strava
O histórico pode ser um desafio para a Strava, já que a defesa argumenta que a Garmin inovou primeiro em alguns recursos, tornando discutível o mérito das patentes. Analistas do setor acreditam que a disputa abre precedente sobre até onde vai a proteção da propriedade intelectual em recursos que dependem do uso massivo de dados dos próprios atletas
Impactos para Usuários e o Futuro da Integração
A Strava afirma não querer bloquear a sincronização de dados para atletas que usam dispositivos Garmin, preservando a experiência multicanal que se tornou padrão entre milhões de ciclistas e corredores. Porém, ao mirar na venda dos hardwares e em funções que estão no cerne da experiência esportiva digital, o processo acende alerta vermelho no setor — principalmente para quem investiu em ecossistemas que até ontem eram complementares e hoje são rivais
A Garmin ainda não se pronunciou oficialmente, mas é esperado que desafie as alegações e, se necessário, contra-ataque judicialmente. Fica a lição: até as alianças mais sólidas do mundo tech podem implodir quando o palco é a batalha pelos dados dos usuários.
Fonte: Hardware.com.br
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