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Whitney Houston “retorna” aos palcos: entenda como app criado por brasileiros isolou os vocais originais para turnê comemorativa
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Whitney Houston “retorna” aos palcos: entenda como app criado por brasileiros isolou os vocais originais para turnê comemorativa

Publicado em 22 de setembro de 2025 às 14:01

3 min de leitura

O espólio de Whitney Houston oficializou a turnê “The Voice of Whitney: A Symphonic Celebration”, que leva aos palcos gravações originais da cantora em novos arranjos sinfônicos, acompanhadas por imagens de arquivo e entrevistas inéditas, em comemoração aos 40 anos de carreira da artista que faleceu em 2012.

A produção recorreu a tecnologia para isolar os vocais originais da cantora a partir de gravações comerciais, possibilitando apresentações com orquestra ao vivo e material de arquivo sem sintetizar nova voz, e essa tecnologia vem de um app criado por brasileiros, o Moises, hoje operando globalmente.

Fundado em 2019 por Geraldo Ramos, Eddie Hsu e Jardson Almeida (CDO) — todos do Nordeste do Brasil, com hub técnico em João Pessoa e operação também nos EUA —, o Moises desenvolveu modelos proprietários de separação de stems capazes de extrair a voz de masters já mixados com qualidade próxima de estúdio, contornando a indisponibilidade de multitracks originais informada pela produção do show.

Em comunicados oficiais, o espólio de Whitney credita ao Moises o isolamento vocal usado na turnê, ressaltando a opção por uma abordagem de restauração (voz real, não sintetizada) e o rigor para preservar timbre, dinâmica e emoção característicos da artista no novo enquadramento sinfônico

A curadoria encontra a ciência de áudio

A decisão editorial veio antes da linha de código: usar apenas a voz real de Whitney, sem síntese generativa, e reconstruir o entorno musical com orquestra e imagem de arquivo. Para isso, o espólio se aliou à Park Avenue Artists, Primary Wave e à Moises, plataforma que aplica modelos de separação de stems para isolar o vocal a partir de uma mix estéreo com qualidade próxima de estúdio. O objetivo declarado é preservar timbre, dinâmica e respiração, evitando artefatos que diluam a interpretação — um patamar que, segundo os comunicados, seria improvável na indústria poucos anos atrás

O espetáculo se estrutura como documento vivo: a voz isolada e remasterizada no centro da mix, orquestras locais no palco e uma narrativa audiovisual que costura bastidores e entrevistas, apresentando a trajetória de Whitney. A tecnologia entra como lente restauradora — não para criar uma nova performance, mas para dar condições acústicas para que uma performance histórica respire em salas de concerto de 2025.

A rota e o formato

A temporada atual abre com duas noites em Cincinnati, em 20 e 21 de setembro, e segue por Wilmington, Thousand Oaks, Carmel, Waukegan, Palm Desert e Mesa, ao longo do outono norte-americano, com previsão de ampliação em 2025 e 2026.

Nos materiais de serviço, repete-se a mesma promessa editorial: vocais originais, arranjos sinfônicos inéditos e uma moldura visual que ilumina o arquivo sem reescrever a artista. É serviço ao público e teste de estresse para a própria técnica, que precisa soar natural fora do estúdio

O negócio do pós-vida

Para artistas com catálogo e representação global, a morte raramente interrompe a economia do repertório: ela muda de forma, de mídia e de palco. No caso de Whitney Houston, esse ciclo já incluiu turnê com holograma entre 2020 e 2023, concebida pela Base Hologram em parceria com o espólio, com banda ao vivo e arranjos remasterizados, que passou pela Europa e depois manteve residência em Las Vegas até o início de 2023.

Holograma da Whitney Houston A curva recente de lançamentos póstumos também evidencia a vitalidade desse catálogo. Em março de 2023, o espólio lançou “I Go to the Rock: The Gospel Music of Whitney Houston”, álbum e especial audiovisual que documentam a conexão da artista com o repertório gospel, incluindo seis faixas inéditas e registros que remontam a 1981, em parceria com Gaither, Arista e Legacy.

O projeto ganhou distribuição em CD, streaming e DVD, e programação de TV, consolidando uma frente editorial voltada a revelar contextos formativos da lendária intérprete além dos hits de rádio.

Em paralelo, a dimensão histórica de Whitney em palcos internacionais ganhou um restauração emblemática: “The Concert for a New South Africa (Durban)”, gravado em 1994, foi remasterizado em 4K em 2024 com áudio restaurado para exibições globais nos cinemas em outubro e lançamento de álbum ao vivo em novembro, sob o selo da Legacy Recordings e com apoio do espólio.

Fonte: Hardware.com.br

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