
A era da internet pós-humana: bots e conteúdos sintéticos em ascensão
Publicado em 13 de setembro de 2025 às 13:17
2 min de leituraEm menos de três anos, os bots poderão ultrapassar o número de humanos ativos na internet — e essa mudança ameaça transformar a rede em um espaço cada vez mais artificial. Pesquisadores alertam: estamos caminhando para um cenário em que a maior parte do conteúdo online não terá origem humana.
O que dizem os números
Segundo a Imperva, empresa referência em cibersegurança, os bots representavam cerca de 42,3% do tráfego global da internet em 2021. Em 2023, essa fatia já alcançava quase metade do total, com 49,6%. Para 2024, os dados mostram que os bots ultrapassaram a marca dos 50%, consolidando-se como maioria em diversas áreas da rede. Esse crescimento acelerado é impulsionado pela inteligência artificial, que torna os bots mais sofisticados, eficazes e difíceis de identificar.
O dado assusta ainda mais quando colocado ao lado de outro fenômeno: o link rot. O Pew Research Center calcula que 38% do conteúdo humano publicado em 2013 já desapareceu, seja por links quebrados, sites retirados do ar ou materiais apagados. Na prática, o que sobra é um oceano cada vez mais grande de dados artificiais.
A teoria da “internet morta”
Em 2021, surgiu o que passou a ser chamado de “teoria da internet morto”, que previa um cenário distópico onde o tráfego da rede seria dominado por bots. Na época, parecia fantasia. Hoje, especialistas como Jake Renzella e Vlada Rozova acreditam que já vivemos essa virada: em suas palavras, a internet deixou de ser “para humanos, feita por humanos”.
Até mesmo Sam Altman, CEO da OpenAI, que inicialmente desprezava a teoria, admite mudanças drásticas. “Há muitas contas no Twitter operadas por modelos de linguagem”, confessou recentemente.
A virada dos dados: real vs. sintético
Segundo Elon Musk, CEO da xAI, o estoque de dados humanos disponíveis na internet está prestes a acabar. Como modelos de linguagem e ferramentas generativas dependem de enormes volumes de informação produzida por pessoas, a indústria se vê na iminência de ter que recorrer quase exclusivamente a dados sintéticos — conteúdos criados por IAs e realimentados em novos treinamentos.
Essa transição já está em curso. A Gartner estima que, em 2024, 60% dos dados usados em projetos de IA eram artificiais. Modelos como o Palmyra X 004 já foram treinados assim, a um custo de apenas US$ 70 mil, contra os US$ 4,6 milhões que seriam necessários em dados reais para treinos de escala similar à da OpenAI.
Fonte: Hardware.com.br
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