
A “ilha fantasma” da Europa que já desapareceu e voltou quatro vezes
Publicado em 19 de dezembro de 2025 às 16:00
2 min de leituraNo Mar Mediterrâneo, entre a Sicília e a Tunísia, já existiu uma ilha. Ou ainda existe – só que está submersa. Se bem que uma ilha submersa é só… o fundo do mar. No máximo um banco de areia. É confuso mesmo.
Falar dela é um desafio que começa pelo nome: se perguntar aos britânicos, ela se chama Graham Island. Os italianos a conhecem como Isola Ferdinandea e os franceses como L’île Julia, e existem ainda outros nomes.
A disputa pelos nomes reflete bem a disputa diplomática pela posse do pedaço de terra, que tinha uma localização estratégica no Canal da Sicília, especialmente em um momento em que os europeus se interessavam em colonizar o norte da África.
O fato é que, nos últimos 2.300 anos, a ilha já foi e voltou pelo menos quatro vezes. Isso ocorre porque ela é uma ilha vulcânica, que só aparece na superfície quando o vulcão Empédocles entra em erupção. Em contato com a água, o magma se solidifica – com o tempo e o fim da erupção, entretanto, a água destrói e leva as rochas vulcânicas embora, e a ilha desaparece novamente.
Segundo o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia da Itália, a base do Empédocles se estende por 30 km por 25 km. Sua altura é de 400 metros, e, hoje em dia, o topo está apenas nove metros abaixo da superfície.
Por isso, a ilha ainda consta em mapas náuticos, já que apresenta risco para os navios que transitam na região, cujos cascos frequentemente são mais profundos que esses sete metros.
A última vez que a ilha foi vista foi em 1831. Antes de surgir no horizonte, houveram sinais. Entre o final de junho e o início de julho, os pescadores da região perceberam mortandade de peixes, terremotos e o cheiro forte de enxofre.
No dia 12 de julho, o marinheiro de Napóles Ferdinando Caronna reportou que havia fumaça saindo do mar. No dia seguinte, uma coluna de fumaça já era vista claramente, mesmo de longe. Muita gente especulou que se tratava de um navio pegando fogo, embora outro capitão tenha visto a água borbulhando e disseminado a teoria de que se tratava de um monstro marinho.
O vulcão Empédocles em erupção, em litografia de 1831. No canto inferior esquerdo, há espectadores num barco a remo, pequeninos diante da força da natureza.British Museum/Anita Correia Lima de Almeida/Reprodução Cinco dias depois, a ilha já era grande o suficiente para receber um remo, que, na falta de uma bandeira, servia para marcar o pertencimento ao Reino das Duas Sicílias, um estado soberano que existia na época e só foi unificado à Itália 30 anos depois, em 1861.
Fonte: Superinteressante
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