
“Autópsia” em fósseis revela como pterossauros morreram há 150 milhões de anos
Publicado em 15 de setembro de 2025 às 16:00
2 min de leituraHá 150 milhões de anos, dois jovens pterossauros foram derrubados por uma forte tempestade que quebrou seus ossos e os enterrou no fundo de uma laguna, onde seus restos mortais foram preservados. Sabemos disso porque um novo estudo analisou os fósseis para descobrir a causa da morte destes répteis voadores.
Ambos os pterossauros, cujos fósseis estão expostos em museus da Alemanha, apresentam ossos das asas quebrados – um tem uma fratura na asa direita e o outro, na esquerda. As lesões, no entanto, são irregulares, sugerindo que a força que quebrou os ossos não foi um impacto direto, como uma colisão com uma superfície dura.
Esse tipo de fratura é mais compatível com forças de torção e é comumente encontrada em pássaros e morcegos jovens que enfrentam ventos fortes durante seus primeiros voos; a ventania é capaz de quebrar os ossos frágeis das asas de bichos inexperientes.
O sentido da fratura indica que os ossos foram quebrados por torção enquanto ainda estavam flexíveis, indicando que os danos não foram aos fósseis, e sim aos indivíduos vivos. Além disso, não havia sinais de que as lesões estivessem se curando, descartando assim a possibilidade de machucados antigos.
–The University of Leicester/Reprodução
Por isso, os pesquisadores concluíram que os répteis voadores provavelmente morreram ao serem derrubados por uma tempestade brutal há 150 milhões de anos.
A “autópsia” foi feita por cientistas da Universidade de Leicester, no Reino Unido, e publicada no periódico Current Biology.
Os dois pterossauros pertencem ao famoso gênero Pterodactylus, têm apenas 20 cm de envergadura – um tamanho bem pequeno para estes animais, mesmo considerando indivíduos bebês – e foram apelidados de Lucky I e Lucky II pelos cientistas. Eles foram encontrados no Calcário Solnhofen, uma formação geológica no sul da Alemanha conhecida por abrigar inúmeros fósseis em alto grau de preservação, incluindo centenas de pterossauros.
–The University of Leicester/Reprodução Apesar da abundância de fósseis, nunca antes evidências diretas de tempestades matando pterossauros haviam sido encontradas na região. É provável que Lucky I e II tenham perecido por causa dos ventos porque eram muito jovens – tinham apenas alguns dias ou semanas de vida –, e que isso não acontecesse com frequência com indivíduos maiores. Depois de derrubados, esses bebês submergiram numa laguna, onde foram rapidamente soterrados por sedimentos que permitiram a fossilização de seus ossos quebrados.
Fonte: Superinteressante
Leia também
- 65% das crianças e adolescentes brasileiros já utilizam IA, revela estudo

24,5 milhões de crianças e adolescemtes acessam a internet no paísResumo
💬 0 - Maior cratera da Lua revela sinais radioativos e pode mudar missões da Nasa

Uma nova pesquisa sugere que a maior e mais antiga cratera da Lua não se formou da maneira que os cientistas imaginavam. A descoberta pode alterar o entendimento sobre a história do satélite natural e, potencialmente, redirecionar o foco das futuras missões Artemis, que pretendem levar astronautas de volta à superfíci…
💬 0 - Empresas de combustíveis fósseis são responsáveis por só 1% dos projetos mundiais de energia renovável

Na COP28, em 2023, todos os países participantes concordaram em colocar no relatório final o compromisso de se afastar dos combustíveis fósseis, os principais responsáveis pelas mudanças climáticas. Foi a primeira vez que o tema foi tratado de forma tão explícita, mas desde então não houve um plano para transformar as…
💬 0