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Call of Duty Black Ops 7 divide gerações com trailer que causa debate acalorado
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Call of Duty Black Ops 7 divide gerações com trailer que causa debate acalorado

Publicado em 23 de setembro de 2025 às 10:18

4 min de leitura

O recém-lançado trailer de gameplay multiplayer de Call of Duty Black Ops 7 acendeu um intenso debate entre diferentes gerações de jogadores, deixando claro o desafio que a franquia enfrenta para equilibrar seu apelo entre públicos distintos. Com cores vibrantes, movimentação vertical avançada e equipamentos futuristas, o trailer recebeu reações drasticamente opostas, especialmente quando acompanhado pela controversa trilha sonora do rapper Travis Scott.

Nas primeiras horas após sua divulgação, o trailer atingiu 1,4 milhão de visualizações no YouTube, mas com uma divisão quase igual entre likes e dislikes – inicialmente com proporção 50:50, mas depois evoluindo para 21 mil curtidas contra 24 mil rejeições. Esses números ressaltam a polarização que a direção criativa do jogo tem causado na comunidade.

Aos 21 anos de idade, a franquia Call of Duty enfrenta um dilema similar ao que outras séries longevas como Halo e World of Warcraft já experimentaram: como satisfazer ao mesmo tempo sua base de fãs original, agora mais velha, enquanto tenta conquistar jogadores mais jovens com expectativas completamente diferentes sobre jogos de tiro.

O ano anterior já havia mostrado sinais desse conflito quando a Activision encheu Call of Duty com skins inspiradas em Fortnite e colaborações com celebridades, ao ponto de prometer uma redução dessas parcerias para Black Ops 7. Essa estratégia abriu espaço para que concorrentes como Battlefield 6 conquistassem os jogadores mais tradicionais que buscam uma experiência de guerra mais realista.

A crítica ao novo trailer vai além da estética visual. Comentários populares nas redes sociais expressam frustração com escolhas como “Já comprei esse jogo há 12 anos atrás” e “Quem na Activision pensou ‘Ninguém quer um jogo futurista, então VAMOS FAZER UM JOGO FUTURISTA’?”. Analistas respeitados do setor, como Tom Henderson, compartilharam publicamente sua decisão de não adquirir um título de Call of Duty no lançamento pela primeira vez em duas décadas.

Black Ops 7 will be the first game in 20 years that I won't buy a CoD on release. I know it's (probably) because I am getting older, but nothing from this trailer is remotely interesting.https://t.co/Ep7VEWY02g

— Tom Henderson (@Tom_Henderson) September 22, 2025

O criador de conteúdo LateNightHalo resumiu o sentimento de muitos ao questionar: “Esse trailer não pareceu meio… sem energia para mais alguém? Nunca me senti impressionado ou empolgado. Parecia muito básico, silencioso e contido.”

Os desafios da franquia, no entanto, vão além da apresentação visual e da ambientação futurista. Jogadores veteranos têm expressado frustração com elementos fundamentais da experiência recente, como o matchmaking baseado em habilidade que transforma partidas casuais em disputas intensamente competitivas, além da persistência de trapaças, especialmente após a implementação do crossplay forçado.

Outro ponto controverso é o foco em monetização através de skins, que muitos consideram excessivo e desconectado da identidade original da franquia. Enquanto um jogador que compra todas as skins pode parecer mais valioso para os acionistas, aqueles que rejeitam essa abordagem estão cada vez mais abandonando o jogo por completo, o que prejudica o valor cultural geral da marca.

Divisão geracional ou apenas ruído nas redes?

Apesar das críticas vocais, a realidade comercial de Call of Duty permanece inabalável. Black Ops 6, mesmo enfrentando questionamentos semelhantes, quebrou recordes de vendas e engajamento, tornando-se o jogo mais vendido do ano. Essa dicotomia entre reações negativas nas mídias sociais e sucesso comercial sugere que parte significativa do público continua apreciando a fórmula atual.

A situação de Call of Duty Black Ops 7 ilustra perfeitamente o momento de inflexão que muitas franquias tradicionais estão enfrentando. Enquanto Battlefield 6 aposta em uma abordagem mais realista e tradicional, restringindo movimentos como “bunny-hopping” (pular repetidamente durante tiroteios) para criar combates mais lentos e tático, Call of Duty parece estar tentando agradar a todos sem definir claramente seu público-alvo.

O dilema enfrentado pela Microsoft e Activision é justamente como navegar essas águas geracionais sem alienar nenhum dos lados – os jovens que buscam experiências visuais intensas e personalizáveis ou os jogadores experientes que valorizam a autenticidade e mecânicas de jogo mais tradicionais.

Independentemente da recepção dividida do trailer, Call of Duty Black Ops 7 certamente continuará sendo um dos títulos mais importantes do ano. A questão que permanece é se a franquia conseguirá, a longo prazo, manter sua relevância cultural sem escolher definitivamente um caminho específico para sua identidade.

Fonte: Hardware.com.br

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