
CEO da Nvidia, Jensen Huang alerta: China está ‘nanosegundos atrás’ dos EUA em chips
Publicado em 29 de setembro de 2025 às 11:04
3 min de leituraO CEO da Nvidia, Jensen Huang, defendeu publicamente a comercialização do Nvidia H20 GPU na China, argumentando que Washington deveria repensar suas restrições à exportação de tecnologias avançadas para o país asiático. Durante sua participação no podcast BG2, Huang afirmou que a China está apenas “nanosegundos atrás” dos Estados Unidos em capacidade de desenvolvimento de chips, e que permitir a venda de produtos como o Nvidia H20 GPU seria uma estratégia mais eficaz para manter a influência americana no mercado global.
“Estamos enfrentando um competidor formidável, inovador, faminto, que se move rapidamente e é sub-regulado”, destacou Huang, referindo-se ao impressionante avanço dos engenheiros chineses e à controversa cultura de trabalho “9-9-6” (das 9h às 21h, seis dias por semana) adotada no país.
CEO da Nvidia, Jensen Huang alerta: China está ‘nanosegundos atrás’ dos EUA em chips 20 As declarações surgem em um momento crítico, quando a Nvidia espera retomar os envios do H20 AI GPU para clientes chineses após uma interrupção de meses relacionada às novas regras de exportação americanas. O Departamento de Comércio dos EUA aparentemente começou a emitir licenças para o H20 em agosto, e a empresa já trabalha em um chip sucessor projetado para cumprir as restrições atuais enquanto oferece melhor desempenho.
Embora a Nvidia não tenha confirmado as especificações técnicas, esta seria a segunda tentativa da empresa de desenvolver um acelerador de IA específico para o mercado chinês desde que as proibições originais dos modelos A100 e H100 entraram em vigor.
Enquanto isso, a China intensifica seus próprios planos para alcançar a autossuficiência tecnológica. Os novos sistemas Atlas 900 A3 SuperPoD da Huawei, equipados com chips Ascend 910B desenvolvidos internamente, já estão sendo distribuídos em grande volume. A empresa chinesa apresentou um ambicioso roadmap até 2027, com silício Ascend de próxima geração que pretende igualar ou superar o desempenho da geração atual de chips ocidentais.
Um ponto crucial é que estes sistemas chineses são desenvolvidos sem compatibilidade com CUDA (plataforma de computação paralela da Nvidia) e são otimizados para pilhas de software construídas na China, uma mudança que representa uma ameaça real ao domínio da Nvidia, que segundo Huang, anteriormente detinha 95% do mercado chinês.
Os gigantes tecnológicos chineses como Baidu, Alibaba, Tencent e ByteDance estão apoiando essa transição com investimentos significativos em silício personalizado, seja através de equipes internas de desenvolvimento de chips ou financiando startups. Isso inclui empresas como a Tencent, que anunciou ter adaptado completamente sua infraestrutura para suportar chips domésticos chineses.
Quando questionado sobre suas perspectivas para o futuro próximo, Huang comentou: “Eles [China] dizem publicamente… que querem que a China seja um mercado aberto, querem… que empresas venham para a China e compitam no mercado… e eu acredito e espero que voltemos a isso.”
A abordagem da Nvidia para este cenário complexo é manter presença na China e jogar em ambos os lados da divisão geopolítica. O H20 pode ter capacidades limitadas em comparação com os chips mais avançados da empresa, mas oferece às companhias chinesas um caminho para permanecer no ecossistema Nvidia – pelo menos por enquanto.
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Fonte: Hardware.com.br – Notícias
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