
Cérebros de bebês reconhecem línguas estrangeiras que ouviram antes do nascimento
Publicado em 10 de outubro de 2025 às 14:00
2 min de leituraAprender uma nova língua pode ser uma tarefa longa e frustrante, pelo menos para adultos. Mas há quem comece bem antes: ainda dentro do útero.
Um novo estudo conduzido por neuropsicólogos da Universidade de Montreal mostrou que bebês conseguem reconhecer línguas estrangeiras às quais foram expostos nas últimas semanas de gestação, processando-as de modo semelhante à sua língua materna logo após o nascimento.
Publicado na revista Communications Biology, o trabalho é o primeiro a usar imagens cerebrais para demonstrar que a exposição auditiva pré-natal a uma língua desconhecida pode alterar o modo como o cérebro do recém-nascido reage aos sons da fala.
As conclusões reforçam a ideia de que o cérebro humano não é uma “tábula rasa”, mas sim um sistema em constante formação que começa a aprender antes mesmo do nascimento.
A equipe liderada por Anne Gallagher, professora de neuropsicologia da Universidade de Montreal, recrutou 60 mulheres de língua francesa com gestações sem complicações. A partir da 35ª semana, 39 delas receberam um kit de fones e gravações com um conto infantil narrado em francês e também em alemão ou hebraico.
Elas deveriam tocar as histórias sobre a barriga em um ambiente silencioso, durante dez minutos em cada idioma, ao menos em dias alternados até o parto. As 21 gestantes restantes formaram o grupo de controle, exposto apenas ao ambiente linguístico natural do francês.
O cuidado em escolher as línguas estrangeiras não foi aleatório. O alemão e o hebraico diferem fortemente do francês tanto no ritmo quanto na estrutura sonora. Enquanto o francês possui um ritmo silábico, as outras têm um padrão tônico, baseadas em sílabas acentuadas. Além disso, o hebraico apresenta semelhanças vocálicas com o francês, o que permitiu à equipe testar contrastes finos de percepção.
Em média, cada feto ouviu as gravações 25 vezes antes do nascimento. Após o parto, entre 10 e 78 horas de vida, os recém-nascidos participaram da segunda etapa do experimento. Enquanto dormiam, ouviram novamente as mesmas histórias – agora em francês, na língua estrangeira à qual foram expostos e em uma terceira língua totalmente nova.
Durante esse processo, os pesquisadores monitoraram a atividade cerebral usando espectroscopia funcional no infravermelho próximo (fNIRS), uma técnica de neuroimagem que mede a oxigenação do sangue em áreas do cérebro.
Fonte: Superinteressante
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