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Por que é tão fácil roubar o Louvre e para onde vão as peças roubadas?
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Por que é tão fácil roubar o Louvre e para onde vão as peças roubadas?

Publicado em 22 de outubro de 2025 às 08:00

3 min de leitura

Na manhã do último domingo (19), apenas meia hora depois da abertura do museu mais visitado do mundo, quatro figuras vestidas com coletes amarelos apareceram no pátio de paralelepípedos do Louvre, misturando-se à agitação matinal de turistas e equipes de manutenção. Poucos minutos depois, dois desses homens escalaram uma escada montada sobre um caminhão em direção à varanda da Galeria Apolo – o salão que abriga as joias da coroa francesa.

Usando uma esmerilhadeira, abriram uma janela e entraram rapidamente na galeria (os vidros do Louvre não são blindados), rompendo duas vitrines que exibiam tesouros napoleônicos.

Quando o alarme finalmente disparou, os ladrões já haviam sumido.

Imagens de câmeras de segurança de dentro do museu confirmam que, no total, os ladrões levaram 3 minutos e 57 segundos para abrir as cabines, pegar as joias e sair. O grupo desceu a escada pela qual subiram e escaparam em scooters.

Oito peças de valor inestimável e de valor patrimonial imensurável que pertenceram à realeza e aos governantes imperiais franceses do século 19 foram roubadas. Os itens incluem diademas, colares, brincos e broches, e são adornados com milhares de diamantes e outras pedras preciosas.

Entre os tesouros furtados estavam uma tiara e um broche da Imperatriz Eugénie, um colar e brincos de esmeralda da Imperatriz Maria Luísa, esposa de Napoleão, e um conjunto de safiras que pertenceram às Rainhas Maria Amélia e Hortense. Uma coroa da Imperatriz Eugénie foi encontrada danificada na rota de fuga.

Investigadores afirmam que os ladrões escolheram as peças não por seu valor histórico, mas por seu valor material. As esmeraldas, o ouro e os diamantes poderiam ser derretidos ou revendidos em partes — um padrão crescente entre criminosos que veem tesouros culturais menos como obras de arte e mais como commodities valiosas.

“No caso das joias, o valor do patrimônio cultural, que fornece a maior parte do seu valor, não é algo que os ladrões provavelmente levarão em consideração”, o historiador de arte Noah Charney disse à Al Jazeera. “As joias têm um alto valor intrínseco porque, se você desmontar o que foi roubado e vender os componentes, o valor ainda será significativo.”

O forte de obras de arte é… fraco

A instituição nascida da Revolução Francesa é marcada por ironias. Fundado em 1793 para proteger os tesouros da antiga monarquia de saqueadores, o Louvre passou os séculos seguintes tentando se defender de ladrões – tanto de fora quanto de dentro.

O roubo mais famoso da história do Louvre continua sendo o desaparecimento da Mona Lisa em 1911. A pintura foi levada por Vincenzo Peruggia, um operário italiano que simplesmente a escondeu sob o casaco e saiu do museu sem ser notado.

Foram necessários dois anos para recuperá-la. Uma das reviravoltas mais estranhas na investigação envolveu Pablo Picasso, que foi brevemente interrogado sobre o roubo de obras de arte.

Embora o pintor não tenha roubado a Mona Lisa, foi revelado que ele tinha ligações com um roubo anterior do Louvre: ele havia comprado um par de cabeças de estátuas ibéricas antigas que haviam sido roubadas do museu alguns anos antes, e as entregou à polícia por medo de ser processado durante o caso da obra de Da Vinci.

Fonte: Superinteressante

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