
China ameaça Nvidia com multa de até 10% da receita no país: entenda o caso
Publicado em 15 de setembro de 2025 às 12:21
2 min de leituraA Nvidia enfrenta uma séria ameaça de punição financeira na China, após autoridades regulatórias do país concluírem uma investigação preliminar que acusa a gigante dos chips de violar leis antimonopólio locais. As penalidades podem chegar a 10% da receita anual da empresa no território chinês, representando um golpe potencialmente bilionário para a Nvidia.
A investigação contra a fabricante americana foi iniciada em dezembro de 2024, quando autoridades chinesas alegaram suspeitas de que a Nvidia não cumpriu compromissos assumidos durante a aquisição da Mellanox Technologies, empresa israelense de chips, finalizada em 2020. Embora os detalhes específicos da suposta violação permaneçam nebulosos, o timing da acusação levanta questões sobre suas verdadeiras motivações.
Especialistas do setor apontam que o anúncio coincide estrategicamente com as negociações comerciais em andamento entre China e Estados Unidos, que ocorrem esta semana em Madri. Entre os temas centrais dessas conversas está justamente o acesso chinês aos avançados processadores americanos para treinamento e inferência de inteligência artificial – mercado dominado pela Nvidia.
O caso se insere em um contexto mais amplo de tensões tecnológicas entre as duas potências. Nos últimos anos, a administração americana implementou diversas restrições sobre a venda de GPUs de alto desempenho para a China, citando preocupações com segurança nacional. Essa política tem gerado incertezas no mercado e provocado reações do governo chinês.
Como consequência dessas restrições, o mercado chinês testemunhou o crescimento de um comércio paralelo de chips da Nvidia, com relatos de contrabando e operações no mercado negro para obtenção dos cobiçados processadores. Simultaneamente, Pequim intensificou esforços para estimular a produção doméstica de semicondutores e reduzir a dependência de tecnologia estrangeira.
A ameaça de multa à Nvidia não é um caso isolado. Recentemente, o Ministério do Comércio chinês também anunciou uma investigação anti-dumping contra chips analógicos americanos importados de empresas como Texas Instruments e ON Semiconductor, sinalizando uma abordagem mais agressiva em relação à tecnologia dos EUA.
Em um movimento ainda mais significativo, o vice-presidente da Associação da Indústria de Semicondutores da China fez um apelo público para que o país e outras nações asiáticas abandonem completamente o uso de GPUs da Nvidia. Em seu lugar, ele defende o desenvolvimento de circuitos integrados específicos (ASICs) produzidos localmente, argumentando que a dependência excessiva de tecnologia americana representa um risco à autonomia chinesa em inteligência artificial.
Analistas de mercado consideram que esta acusação antimonopólio pode servir como ferramenta de pressão nas negociações com os EUA, buscando condições mais favoráveis para o acesso chinês aos chips avançados da Nvidia, essenciais para o desenvolvimento de tecnologias de IA no país.
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Fonte: Hardware.com.br
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