
Cientistas recorrem a preservativos para entender torres de cigarras na Amazônia
Publicado em 12 de setembro de 2025 às 16:00
2 min de leituraQuarenta preservativos, torres de argila e cigarras. A combinação pode soar improvável, mas essa foi a base de um experimento conduzido por jovens cientistas para responder a uma questão ainda em aberto na ecologia: para que servem as estruturas cilíndricas erguidas pelas ninfas de cigarras no solo da floresta?
A pesquisa foi realizada em julho de 2025, durante a etapa de campo do Programa de Formação em Ecologia Quantitativa, iniciativa do Instituto Serrapilheira que reúne estudantes de diferentes áreas para investigar biomas brasileiros.
Quatro pesquisadoras lideraram o estudo: Marina Méga, doutoranda em ecologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Maria Luiza Busato e Izadora Nardi, mestrandas na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); e Sara Feitosa, da Universidade Federal do Ceará (UFC).
A orientação ficou a cargo dos professores Pedro Pequeno, da rede INCT-SinBiAm, e Rodrigo Fadini, da Universidade Federal do Oeste do Pará.
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As chamadas torres de cigarras, feitas de argila misturada às fezes do animal, já eram conhecidas, mas sua função permanecia pouco clara. Pesquisadores sabiam apenas que surgiam um ano antes da metamorfose, quando as ninfas ganham asas, deixam o solo e se transformam em adultas.
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“Desde a primeira vez que andamos pela floresta, no início da etapa da Amazônia, essas estruturas chamaram a atenção de toda a turma. Elas apareciam em manchas, concentradas em partes específicas da floresta, e tinham diferentes tamanhos. Nunca tínhamos visto nada parecido e ficamos impressionados quando os professores nos contaram que eram construídas pelas cigarras”, lembra Maria Luiza à Super.
“Quando um colega derrubou sem querer uma delas, ficamos ainda mais intrigados: por dentro, eram lisas, bem esculpidas e firmes. Aquilo nos encheu de perguntas. Como nem os professores nem a literatura traziam respostas claras, percebemos que ali havia um modelo perfeito para investigar”, acrescenta Marina.
Fotografia do interior de uma das torres de cigarras.Instituto Serrapilheira/Divulgação O grupo levantou a hipótese de que as torres poderiam auxiliar na regulação fisiológica das ninfas, facilitando as trocas gasosas entre o interior e o exterior. Para testar essa possibilidade, era preciso encontrar uma forma de vedar as estruturas.
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A solução surgiu em tom de brincadeira. “Olhamos para as torres, observamos seu formato sugestivo… Até que alguém pensou em usar preservativos”, conta Marina.
“Como um bom grupo de amigos isolados na floresta, a ideia virou o material perfeito para o humor. Tanto os professores quanto os colegas comentaram bastante, e não faltaram piadas,” diz Maria Luiza.
Ao todo, foram utilizados 40 preservativos, fornecidos com apoio dos coordenadores do curso.
Fonte: Superinteressante
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