Compositor de Final Fantasy, Nobuo Uematsu rejeita uso de IA

Ao mesmo tempo que desenvolvedores como Hideo Kojima e Glen Schofield acreditam que a inteligência artificial (IA) vai revolucionar o mundo dos games, um grande nome da indústria não está muito entusiasmado com a tecnologia. Conhecido por seu trabalho em games como Final Fantasy e Chrono Trigger, Nobuo Uematsu afirma que não tem interesse nenhum em usar soluções do tipo.

Em uma entrevista à JASRAC Magazine, Uematsu afirmou que “nunca usou IA e provavelmente nunca vai fazer isso”. Segundo ele, apelar para soluções do tipo pode acabar tirando da música a qualidade única que só pode ser produzida pela experiência humana.

Foto: Divulgação/PlayStation

“A música produzida por pessoas é instável, e todos fazem isso de suas formas únicas. E o que as faz soar tão satisfatórias são precisamente essas flutuações e imperfeições”, explicou o músico. Segundo o compositor conhecido pelo tema de Final Fantasy, o uso de IA impede que artistas consigam expressar aspectos únicos de suas personalidades e experiências.

Compositor de Final Fantasy acredita que há uma crise criativa na indústria

Segundo Nobuo Uematsu, enquanto a inteligência artificial pode ajudar criadores em alguns aspectos, ela não vai melhorar a qualidade da indústria. Ele afirma acreditar que realmente há uma crise acontecendo no mercado de games atual, mas ela é muito mais criativa do que tecnológica.

“Eu acredito que ela atingiu sua ‘forma final’ quando músicos se tornaram capazes de usar suas gravações de estúdio em games”, explicou. “Outro avanço foi o áudio binaural, que já havíamos transformado em realidade em Final Fantasy X. No entanto, é uma questão do quanto os jogadores vão demandar no futuro”, explicou.

Foto: Divulgação/Square Enix

Aos 66 anos de idade, Uematsu também afirmou que acredita que a IA pode ser útil para ajudar compositores a alternarem entre diferentes tipos de áudio. “Mas eu ainda penso que é mais satisfatório passar pelas dificuldades de criar algo por conta própria”, explicou o compositor.

“Quando eu escuto música, a diversão também está em descobrir o passado da pessoa que a criou, certo? A inteligência artificial não tem esse tipo de histórico”, complementou. Embora não faça mais parte da Square Enix desde 2004, o compositor continua trabalhando com a empresa, trabalhando principalmente na criação dos temas principais de cada novo capítulo de Final Fantasy.

Crítica da lenda

Nobuo Uematsu critica composições de músicas de jogos atuais

Fonte: Adrenaline