
Coreia do Norte usa IA, cria funcionários falsos e obtém US$ 1 bilhão para programa nuclear
Publicado em 6 de outubro de 2025 às 13:50
2 min de leituraNúmero de funcionários fake pode chegar a 10 mil • Agentes norte-coreanos infiltram-se em empresas globais usando identidades falsas e inteligência artificial, desviando até US$ 1 bilhão para o programa nuclear da Coreia do Norte.
• Empresas contratam sem saber, violando sanções e enfrentando possíveis penalidades; agentes recebem salários anuais de até US$ 700 mil, repassando a maior parte ao governo.
• A fraude envolve facilitadores globais, terceirização de trabalho para Índia e Paquistão e uso de “fazendas de notebooks” para acesso remoto.
Agentes norte-coreanos têm conseguido empregos remotos em companhias dos Estados Unidos e usado os salários recebidos para financiar o programa nuclear da Coreia do Norte. Segundo o FBI, a ação desviou um valor que pode chegar a US$ 1 bilhão, o que dá R$ 5,3 bilhões, em conversão direta.
A fraude usa identidades falsas ou roubadas e também busca se infiltrar em empresas da Europa, Arábia Saudita e Austrália. Especialistas em cibersegurança, organizações não governamentais e até mesmo a Organização das Nações Unidas (ONU) alertam para o problema.
Ao contratar um agente norte-coreano, empresas podem violar as sanções impostas ao país asiático, ficando sujeitas a penalidades por isso, mesmo sem ter conhecimento da real identidade do funcionário.
Como agentes conseguem empregos?
Segundo uma reportagem da revista Fortune, os agentes norte-coreanos usam inteligência artificial para criar personas baseadas em identidades reais, sejam elas compradas ou roubadas.
Essa fase do processo inclui até criar perfis detalhados no LinkedIn, com fotos manipuladas, histórico profissional e certificações técnicas. Como uma matéria da CNBC mostrou anteriormente, a IA é capaz até mesmo de alterar o rosto dos agentes para entrevistas por vídeo.
Candidato fake participa de processo seletivo para vaga remotaPassada a fase de recrutamento, o agente contratado trabalha normalmente. No caso das empresas de tecnologia, os infiltrados escrevem códigos, testam, discutem bugs e conversam pelo Slack, passando despercebidos pelos colegas e líderes.
O cargo pode variar: alguns conseguem vagas como especialistas em climatização, engenheiros e arquitetos. Nesses casos, recorrem à IA para fazer parte do trabalho e entregar as tarefas.
O objetivo é financeiro: segundo um painel da ONU, os agentes visam receber salários de US$ 100 mil anuais (cerca de R$ 535 mil, em conversão direta), chegando a mais de US$ 700 mil anuais (R$ 3,7 milhões) em alguns casos. Eles ficam com uma fatia de 10% a 30% dos rendimentos — o resto vai para as mãos do governo norte-coreano.
Fonte: Tecnoblog
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