
Data centers submersos da China prometem economia energética de 90%
Publicado em 8 de outubro de 2025 às 09:00
3 min de leituraA China está apostando em data centers submersos para contornar um dos maiores desafios da era da inteligência artificial: o consumo excessivo de energia. Um projeto inovador desenvolvido pela empresa Highlander promete reduzir em até 90% o gasto energético de seus centros de processamento de dados, aproveitando as águas frias próximas a Xangai para resfriar naturalmente os equipamentos.
O projeto, com previsão de inauguração ainda em outubro, representa uma evolução significativa nos esforços para tornar a infraestrutura digital mais sustentável. Além da expressiva economia energética, os responsáveis afirmam que mais de 95% da energia utilizada virá de fontes renováveis, diminuindo drasticamente a pegada de carbono dessas instalações.
A tecnologia de data centers submersos não é completamente nova no cenário global. Em 2018, a Microsoft conduziu um experimento similar na costa da Escócia, submergindo servidores que foram recuperados dois anos depois. A empresa americana considerou a iniciativa um sucesso, pavimentando o caminho para projetos mais ambiciosos como o chinês.
O grande diferencial do projeto da Highlander está na utilização inteligente das baixas temperaturas das correntes oceânicas. Ao contrário das instalações terrestres, que exigem complexos e caros sistemas de refrigeração, os data centers submersos aproveitam o ambiente naturalmente frio do fundo do mar para manter os equipamentos em temperatura ideal de funcionamento.
Entre os principais clientes já confirmados estão a China Telecom e uma empresa estatal especializada em computação para inteligência artificial. A iniciativa se alinha perfeitamente com os objetivos do governo chinês de reduzir o impacto ambiental do crescente setor de IA, que demanda cada vez mais poder computacional.
Desafios técnicos e preocupações ambientais
Apesar do potencial revolucionário, a implementação de data centers submersos enfrenta obstáculos significativos. O primeiro deles é a proteção contra a corrosão marinha, problema que os engenheiros chineses pretendem resolver com um sofisticado revestimento de aço contendo flocos de vidro para isolar completamente os componentes eletrônicos.
Para viabilizar a manutenção regular dos equipamentos, a estrutura contará com um elevador conectando a unidade submersa a uma plataforma que permanecerá acima da linha d’água. Outro ponto crítico é garantir conexões de internet estáveis e de alta velocidade entre as instalações submarinas e a rede terrestre.
Os especialistas também levantam preocupações sobre a segurança cibernética dessas instalações, já que data centers submersos podem estar mais vulneráveis a ataques utilizando ondas sonoras propagadas pela água, um método que poderia potencialmente comprometer os equipamentos.
No campo ambiental, persistem dúvidas sobre o impacto térmico dessas estruturas nos ecossistemas marinhos. O calor liberado pelos servidores poderia alterar localmente a temperatura da água, afetando a fauna e flora marinha nas proximidades. No entanto, ainda faltam estudos conclusivos sobre esses potenciais efeitos, o que torna essencial um monitoramento contínuo após a implementação.
A expansão dos data centers submersos representa uma resposta inovadora ao dilema energético causado pelo avanço tecnológico. Se bem-sucedida, a iniciativa chinesa poderá estabelecer um novo paradigma para a indústria de processamento de dados global, equilibrando as crescentes demandas computacionais com a necessária responsabilidade ambiental.
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