Pular para o conteúdo
Empresa americana quer transformar reatores nucleares aposentados da Marinha em centros de dados para IA
Computação
empresa
americana
quer
transformar
reatores
nucleares

Empresa americana quer transformar reatores nucleares aposentados da Marinha em centros de dados para IA

Publicado em 28 de dezembro de 2025 às 13:50

3 min de leitura

A HGP Intelligent Energy, empresa com sede no Texas, apresentou uma proposta inovadora ao Departamento de Energia dos Estados Unidos para dar nova vida a dois reatores nucleares aposentados da Marinha americana, transformando-os em fonte de energia para centros de dados de inteligência artificial. O projeto, que faz parte da iniciativa Genesis Mission da administração Trump, seria implementado no Laboratório Nacional Oak Ridge, no Tennessee.

Segundo a proposta, os reatores reaproveitados poderiam fornecer entre 450 e 520 megawatts de energia, uma capacidade significativa para alimentar as crescentes demandas computacionais dos sistemas de IA. Os reatores em questão seriam provavelmente do tipo usado em porta-aviões da classe Nimitz ou em submarinos da classe Los Angeles, embora a origem exata não tenha sido confirmada.

A Marinha americana utiliza atualmente reatores Westinghouse A4W para alimentar seus porta-aviões nucleares e reatores General Electric S8G para os submarinos de ataque. O USS Nimitz, que entrou em serviço em 1975, já está em sua última missão antes da aposentadoria, enquanto cerca de um terço dos submarinos da classe Los Angeles, que começaram a operar em 1976, já foram desativados.

Porta-aviões da classe Nimitz, similar aos reatores nucleares propostos para reutilização no projeto da HGP Intelligent Energy. De acordo com a Associação Nuclear Mundial, a Marinha americana operou mais de 100 reatores nucleares por mais de cinco décadas sem registrar qualquer acidente radiológico, demonstrando a confiabilidade desses sistemas.

Se aprovado, este será o primeiro caso de conversão de um reator militar para uso civil na história. O custo estimado do projeto varia entre 1 e 4 milhões de dólares por megawatt – um valor considerável, mas ainda assim muito inferior ao custo de construção de uma nova usina nuclear ou dos pequenos reatores modulares que vêm sendo propostos por gigantes da tecnologia.

Empresas como Amazon, Meta, Microsoft, Google e NVIDIA têm investido em soluções nucleares próprias para alimentar seus centros de dados de IA, mas a abordagem da HGP Intelligent Energy apresenta vantagens econômicas significativas ao reutilizar infraestrutura existente em vez de construir do zero.

O projeto total está orçado entre 1,8 e 2,1 bilhões de dólares, incluindo toda a infraestrutura necessária para reativar e adaptar os reatores para uso em centros de dados. A HGP planeja solicitar uma garantia de empréstimo ao Departamento de Energia para viabilizar o investimento.

“Já sabemos como fazer isso com segurança e em escala”, afirmou Gregory Forero, CEO da HGP. “E temos a sorte de contar com uma base sólida de investidores e parceiros que compartilham essa visão.”

Além de oferecer uma solução mais acessível para a crescente demanda energética dos centros de dados de IA, a iniciativa da HGP Intelligent Energy também representa uma destinação produtiva para reatores que, de outra forma, seriam simplesmente descartados no Hanford Site do Departamento de Energia.

Você também pode gostar dos artigos abaixo:

CEO da NVIDIA diz que maior desafio da IA agora é energia, e que solução pode estar em pequenos reatores nucleares

NVIDIA acaba de investir na TerraPower, empresa nuclear de Bill Gates; entenda o motivo

Fonte: Hardware.com.br

Leia também