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Falta de flash NAND? CEO da Phison prevê crise de chips que pode durar 10 anos
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Falta de flash NAND? CEO da Phison prevê crise de chips que pode durar 10 anos

Publicado em 4 de outubro de 2025 às 13:00

2 min de leitura

A explosão de data centers e modelos de IA generativa colocou uma pressão inédita sobre a cadeia de suprimentos de semicondutores. Entre processadores de ponta e GPUs cada vez mais raras, um componente silencioso está entrando em crise: o armazenamento NAND, base de SSDs e servidores globais.

Segundo Khein-Seng Pua, CEO da Phison Electronics, o mercado deve enfrentar uma oferta limitada de memória NAND por até uma década. Ele atribui a previsão a dois fatores: o aumento abrupto da demanda por capacidade de armazenamento e o ritmo lento de expansão das fábricas especializadas.

“O salto de consumo impulsionado pela IA aconteceu muito mais rápido do que a indústria previa”, afirmou o executivo. “Estamos diante de anos de escassez estrutural.”

Investimentos travados e prioridades trocadas

O histórico recente ajuda a entender o cenário. Após ciclos de superprodução e quedas agressivas de preços, diversos fabricantes reduziram investimentos em novas plantas para NAND. O trauma dos últimos colapsos de preço fez a indústria adotar uma postura cautelosa — talvez demais.

Desde 2023, a situação se agravou: grandes produtores redirecionaram orçamentos para a fabricação de memórias HBM (High Bandwidth Memory), essenciais para o treinamento de modelos como GPT, Gemini e Claude. É um redirecionamento lógico, mas que deixou outros segmentos descobertos.

A disputa por memória vai além da NAND

A pressão não atinge apenas o armazenamento. Projetos como o Stargate da OpenAI — novo supercentro de dados planejado para o fim da década — devem consumir até 40% da produção mundial de DRAM, outro tipo de chip vital para servidores e GPUs.

Em outras palavras: IA, data centers e o colapso cíclico dos semicondutores estão convergindo para um ponto crítico. E, segundo especialistas, o impacto alcançará desde empresas de nuvem até o consumidor comum, com preços mais altos para SSDs e atrasos no avanço de novas infraestruturas digitais.

Se o alerta da Phison se confirmar, a indústria precisará de uma reconfiguração profunda. A próxima década pode se tornar uma corrida por eficiência — com foco em novos formatos de armazenamento, otimizações de firmware e até uso de IA para gerenciar o próprio consumo de dados.

Fonte: Hardware.com.br

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