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CEO da Nvidia: “A Intel passou 33 anos tentando nos matar”
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CEO da Nvidia: “A Intel passou 33 anos tentando nos matar”

Publicado em 10 de outubro de 2025 às 12:57

3 min de leitura

A declaração é direta e sem rodeios. Jensen Huang, CEO da NVIDIA, não escondeu o ressentimento acumulado ao longo de três décadas quando comentou sobre a relação com a Intel: “A Intel dedicou 33 anos de nossas vidas tentando nos matar”. A frase veio à tona durante entrevista a Jim Cramer, e ganha ainda mais peso agora que as duas gigantes anunciaram uma parceria bilionária.

A ironia é evidente. A mesma empresa que passou décadas tentando sufocar a NVIDIA agora se torna sua parceira estratégica em um acordo que movimenta bilhões de dólares e redefine o mercado de semicondutores.

A guerra que a NVIDIA quase não sobreviveu

Quando a NVIDIA era significativamente menor, a Intel dominava praticamente todos os segmentos de computação. Andy Grove, lendário ex-CEO da Intel, personificava essa postura agressiva ao tratar com desprezo empresas menores que tentavam crescer no setor.

Cramer mencionou durante a entrevista que conheceu Grove e que este havia sido desrespeitoso ao avaliar negócios com empresas similares à Nvidia. A resposta de Huang foi imediata: essa postura arrogante era exatamente o modo como Grove comandava a Intel.

O conflito mais marcante aconteceu quando a Nvidia tinha contrato para desenvolver chipsets para processadores Intel. A gigante dos chips decidiu romper o acordo e migrar para design interno, iniciando uma batalha jurídica sobre interpretação de licenciamento. A NVIDIA venceu a disputa e recebeu US$ 1,5 bilhão em compensação — uma vitória cara para ambas as partes, mas que provou a resiliência da fabricante de GPUs.

Como rivais viraram aliadas

Lip-Bu Tan e Jensen Huang Décadas depois, o cenário mudou completamente. A Nvidia não apenas sobreviveu às tentativas de eliminação como se tornou uma das empresas mais valiosas do planeta, impulsionada pela explosão da inteligência artificial e pelo domínio absoluto no mercado de GPUs para datacenters.

Huang demonstrou otimismo ao falar sobre a nova parceria, elogiando Lip-Bu Tan, atual CEO da Intel, como responsável por viabilizar o acordo. “É uma situação vantajosa para ambas as empresas”, afirmou o executivo.

Os benefícios são claros para os dois lados. A Nvidia ganha acesso a um mercado consumidor gigantesco e capacidade de fabricação em escala ainda maior. A Intel, por sua vez, tem a oportunidade de entrar no mainstream de datacenters ao projetar CPUs x86 para os racks da Nvidia — segmento onde ficou para trás nos últimos anos.

A reviravolta completa do mercado

A transformação de posições é notável. A Intel, que antes era a força dominante tentando esmagar concorrentes menores, agora vê suas ações dispararem simplesmente por anunciar uma parceria com a NVIDIA. O mercado reconhece: hoje, a NVIDIA é quem dita as regras do jogo.

Esta mudança ilustra perfeitamente a volatilidade do setor tecnológico. Nenhuma liderança é permanente, e empresas que se recusam a adaptar acabam ficando para trás. A Intel aprendeu isso da forma mais dura possível — ao ver um antigo alvo se tornar o protagonista da indústria.

A parceria entre Nvidia e Intel prova que no mundo da tecnologia, até os rivais mais ferrenhos podem se tornar aliados quando os interesses se alinham. Resta saber se esta união será suficiente para a Intel recuperar terreno perdido na corrida da inteligência artificial.

Executivos da Intel e NVIDIA celebram a parceria estratégica que marca o novo capítulo na relação entre as empresas rivais. A ironia desta reviravolta não passou despercebida pelos analistas de mercado. Enquanto no passado a Intel era a força dominante que tentava suprimir concorrentes menores, hoje a NVIDIA alcançou tal patamar de valorização que um simples anúncio de parceria com qualquer empresa dispara as ações do parceiro escolhido.

Fonte: Hardware.com.br – Notícias

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