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Fêmeas de mamíferos vivem mais por não se esforçarem tanto no acasalamento
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Fêmeas de mamíferos vivem mais por não se esforçarem tanto no acasalamento

Publicado em 11 de outubro de 2025 às 16:00

2 min de leitura

Que as mulheres vivem mais que os homens você já sabe. Segundo a OMS, a expectativa de vida delas é maior em praticamente todos os países do mundo. E isso não é exclusivo dos humanos: em quase todos os mamíferos, as fêmeas vivem mais do que os machos. Por mais que dezenas de vídeos no Instagram possam justificar essa hipótese – como o de homens colocando voluntariamente fogo em suas roupas ou a enfiando mão na boca de um jacaré –, existe uma explicação científica por trás da longevidade feminina: o hábito sexual.

Um estudo publicado na revista Science Advances, analisou dados de 528 espécies de mamíferos e 648 espécies de aves mantidas em zoológicos ao redor do mundo, além de informações sobre 110 espécies em ambientes selvagens. Foi o levantamento mais extenso já realizado sobre diferenças sexuais na expectativa de vida.

Entre os mamíferos, o resultado foi claro: as fêmeas vivem, em média, 12% mais que os machos. Nas aves, a tendência se inverte – os machos vivem 5% mais.

Segundo Fernando Colchero, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, na Alemanha, e autor do estudo, essas diferenças não são apenas genéticas. Elas refletem também como cada sexo investe energia para sobreviver, competir e se reproduzir.

Uma das chaves para essa diferença está no código genético. Em mamíferos, as fêmeas possuem dois cromossomos X, uma espécie de seguro biológico contra mutações. Já os machos, com apenas um X e um Y, não têm essa proteção.

A teoria, chamada de hipótese sexual heterogamética, também explica o padrão inverso entre as aves. Nelas, os machos possuem dois cromossomos Z, enquanto as fêmeas têm apenas um Z e um W – invertendo o “privilégio genético”.

“Se houver mutações no cromossomo X, e se você tiver apenas uma cópia desse cromossomo X, você essencialmente não terá um backup. Portanto, essas mutações acabarão sendo prejudiciais e reduzirão sua longevidade”, disse Colchero à CNN.

Mas os genes não contam toda a história. As exceções (como fêmeas de falcões e gaviões, que vivem mais que os machos) mostram que a natureza raramente segue regras absolutas.

Entre os fatores comportamentais, a seleção sexual aparece como um dos principais motores da diferença. Em muitas espécies, os machos investem quantidades descomunais de energia em competir por parceiras – crescendo mais, exibindo chifres, cores ou galhadas e travando lutas violentas. “Esses machos estão sacrificando parte da própria sobrevivência em nome da reprodução”, afirmou Colchero ao jornal.

Uma prova disso é que, em espécies não monogâmicas, nas quais os machos competem intensamente, as fêmeas tendem a viver mais. Já nas espécies monogâmicas, as diferenças de longevidade entre os sexos são menores.

Fonte: Superinteressante

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