
Há 20 anos, Steve Jobs deu um conselho sobre carreira que virou pesadelo para a geração Z
Publicado em 19 de dezembro de 2025 às 14:00
3 min de leituraO cofundador da Apple disse em 2005 que jovens deveriam procurar até encontrar um trabalho que amassem. Vinte anos depois, a geração Z enfrenta um mercado onde até vagas de entrada disputam espaço com inteligência artificial.
Steve Jobs deu um conselho bem direto em seu discurso aos formandos de Stanford em 2005: não se acomode com um emprego ruim. “Seu trabalho vai preencher uma grande parte da sua vida, e a única maneira de estar verdadeiramente satisfeito é fazer o que você acredita ser um grande trabalho”, disse Jobs na cerimônia de formatura. “E a única maneira de fazer um grande trabalho é amar o que você faz. Se você ainda não encontrou, continue procurando. Não se acomode”.
A frase virou mantra motivacional nos últimos 20 anos, repetida em palestras e redes sociais. Mas em 2025, o conselho bate em uma realidade bem diferente: jovens profissionais enfrentam um mercado de trabalho onde vagas de entrada estão desaparecendo, substituídas por inteligência artificial ou cortadas de programas de trainee.
Vagas de entrada somem enquanto IA avança
Reportagens recentes do Wall Street Journal e outros veículos mostram que empresas nos Estados Unidos têm cortado programas para recém-formados, apostando em IA para tarefas antes destinadas a iniciantes ou contratando direto profissionais experientes. O resultado é um paradoxo cruel: graduados precisam de experiência para conseguir emprego, mas os empregos que dariam essa experiência não existem mais.
No Brasil, o cenário é parecido. A taxa de desemprego entre jovens de 18 a 24 anos atingiu 14,9% no primeiro trimestre de 2025, mais que o dobro da média nacional de 7%, segundo o IBGE. Dois estudos recentes indicam que a inteligência artificial está fechando portas justamente para a faixa de 22 a 25 anos, especialmente em áreas como programação e atendimento ao cliente, enquanto profissionais acima de 35 anos viram as contratações crescerem entre 6% e 9% nas mesmas funções.
A pressão aumentou com dados recentes. Um estudo do MIT divulgado em novembro de 2025 calculou que a inteligência artificial já tem capacidade técnica para assumir tarefas equivalentes a 11,7% da força de trabalho dos Estados Unidos, cerca de 1,2 trilhão de dólares em salários expostos. A pesquisa analisou 151 milhões de trabalhadores, cruzando mais de 32 mil habilidades em 923 ocupações. Entre desenvolvedores de software, a queda na empregabilidade dos jovens chegou a 20%.
Conselho de 2005 não previa concorrência com máquinas
Quando Steve Jobs falou em Stanford, o cenário era de abundância para quem tinha diploma: vagas de trainee, estágios e posições júnior abriam portas em tecnologia, finanças e mídia. Vinte anos depois, jovens da geração Z competem não apenas entre si, mas com sistemas automatizados que já executam as tarefas que antes serviam de aprendizado.
O que resta do conselho de Jobs
Adaptar a frase de Steve Jobs para 2025 significa trocar gestos dramáticos por estratégia. “Não se conforme com um trabalho ruim” continua válido, mas hoje isso passa menos por pedir demissão sem plano e mais por construir competências que aproximem o profissional de áreas onde humanos ainda são difíceis de substituir.
Entender quais tarefas a IA já domina e quais exigem criatividade, julgamento ou contato humano ajuda a escolher batalhas mais inteligentes em um mercado onde até 10% dos postos podem ser tecnicamente automatizados. Jobs dizia para “seguir o coração”. Em 2025, é preciso combinar o que você gosta com o que ainda precisa de gente.
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Fonte: Hardware.com.br
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