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Microsoft reorganiza os planos do Xbox Game Pass e aumenta o preço do Ultimate
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Microsoft reorganiza os planos do Xbox Game Pass e aumenta o preço do Ultimate

Publicado em 2 de outubro de 2025 às 11:34

5 min de leitura

A aposta da Microsoft nos serviços de subscrição de videojogos atingiu um ponto de viragem. O Xbox Game Pass, outrora uma ousada tentativa de criar um modelo de negócio tipo Netflix para videojogos, está agora oficialmente a gerar lucro, arrecadando milhares de milhões. Contudo, ao demonstrar ser sustentável, a Microsoft reestruturou o serviço e aumentou os preços.

A combinação de crescimento constante das receitas, aumento da participação dos criadores de videojogos e novas parcerias com fabricantes de dispositivos indica que o Xbox Game Pass desempenhará um papel ainda mais proeminente na estratégia de videojogos da Microsoft.

Em entrevista no Tokyo Game Show, a presidente da Xbox, Sarah Bond, declarou ao site Game Watch que o Game Pass não é apenas viável, mas também lucrativo. O serviço gerou quase 5 mil milhões de dólares no último ano fiscal, com os pagamentos aos criadores a aumentarem em paralelo com as receitas. “É um negócio rentável, e mais criadores estão a participar,” afirmou Bond.

Essa afirmação responde a anos de especulação sobre se o modelo de subscrição poderia alguma vez suportar o desenvolvimento de jogos de grande orçamento. O antigo executivo da PlayStation, Shuhei Yoshida, foi um dos cépticos, alertando que os jogadores poderiam habituar-se ao acesso barato, levando os estúdios a correr menos riscos criativos. Bond contrapôs, apresentando o Game Pass como um motor de diversidade, e não de homogeneidade, dentro de uma estratégia mais ampla da Microsoft para os videojogos.

O Game Pass está agora lado a lado com iniciativas como o Xbox Cloud Gaming e projectos experimentais de hardware como o Asus ROG Xbox Ally, um dispositivo portátil com Windows 11. A visão, segundo Bond, é a ubiquidade: acesso por consola, PC, portátil ou streaming.

O investimento tem sido imenso. Chris Charla, responsável pelo programa independente ID@Xbox, revelou recentemente ao site Eurogamer que a Microsoft celebrou acordos com mais de 150 criadores de videojogos, o maior esforço de expansão na história do Game Pass. Os relatórios financeiros sustentam este ímpeto: as receitas de conteúdos e serviços Xbox aumentaram 13 por cento em relação ao último trimestre do ano passado, enquanto as receitas totais da Microsoft subiram 18 por cento e o lucro líquido cresceu 24 por cento. O director executivo, Satya Nadella, afirmou que só o Game Pass gerou “quase 5 mil milhões” ao longo do ano.

Já o número de subscritores é menos claro, porque a Microsoft deixou de o divulgar oficialmente. No entanto, documentos publicados pela Microsoft revelaram que o serviço tinha 34 milhões de subscritores em Fevereiro de 2024. Nadella também referiu que todas as plataformas de videojogos da Microsoft combinadas alcançam 500 milhões de utilizadores activos.

As notícias sobre o sucesso do serviço surgem no momento em que a Microsoft reformulou os escalões de subscrição. A partir de agora, o plano mais caro, o Xbox Game Pass Ultimate, passa de 17,99 euros para 26,99 euros mensais um aumento de cerca de 50 por cento. A Microsoft procurou suavizar o impacto do aumento do preço com um conjunto de novos benefícios.

A nomenclatura também mudou: o Game Pass Core passa a chamar-se Xbox Game Pass Essential, o Standard torna-se Xbox Game Pass Premium, e o Ultimate mantém-se como Ultimate.

O Essential continua a custar 9,99 euros por mês, o Premium mantém-se nos 12,99 euros, e o Ultimate sobe para 26,99. Todos os escalões abrangem consola, PC e nuvem, enquanto o antigo Game Pass exclusivo para PC será descontinuado para novos subscritores (os actuais poderão manter-se, mas o preço sobe de 11,99 para 14,99 euros).

De acordo com a nova estrutura, os subscritores do plano Core passam automaticamente para o Essential, os do Standard para o Premium, e os do Ultimate mantêm-se.

A Microsoft está a reforçar a mudança com conteúdos. Esta semana, chegam ao serviço 45 novos jogos, incluindo Hogwarts Legacy e Diablo IV para os membros Premium e Ultimate. Os subscritores Premium terão também acesso ao serviço em PC pela primeira vez, desbloqueando uma biblioteca com mais de 200 jogos.

Para os que pagam os 10 euros adicionais no plano Ultimate, a Microsoft oferece incentivos maiores: mais de 75 lançamentos por ano no dia de disponibilização dos títulos, incluindo Call of Duty: Black Ops 7, High on Life 2, Keeper, Ninja Gaiden 4 e The Outer Worlds 2. Isto representa um aumento de 50 por cento em relação ao ano anterior em termos de títulos disponibilizados no serviço a partir do dia de lançamento. Os subscritores recebem também adesões ao Fortnite Crew e ao Ubisoft+ Classics, além de streaming melhorado com tempos de espera mais curtos, agora que o Xbox Cloud Gaming está a sair da fase de testes beta.

Em contraste, os jogadores do PC Game Pass vêem o preço subir quase 40 por cento para 14,99 euros, sem os mesmos extras. O executivo da Xbox, Jerret West, esclareceu que os subscritores de PC não terão acesso ao Ubisoft+ Classics, mas poderão aceder a cerca de 50 títulos adicionais da Ubisoft, continuando a receber lançamentos no dia de estreia dos videojogos.

Com estas mudanças, em menos de uma década, o Game Pass deixou oficialmente de ser apenas uma experiência para se tornar um negócio lucrativo. Agora, a Microsoft está a testar se os jogadores aceitam preços mais elevados em troca de bibliotecas maiores, pacotes premium e acesso mais flexível em vários dispositivos. O modelo provou que pode gerar lucro. A questão mais difícil é saber se poderá crescer mesmo com o aumento dos custos para os utilizadores.

Fonte: PCGuia (PT-PT)

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