
O paradoxo da Kodak: cinema e geração Z ajudam a manter de pé a gigante histórica que enfrenta grave crise financeira; entenda
Publicado em 3 de outubro de 2025 às 15:56
3 min de leituraEm 2025, a Kodak representa um paradoxo fascinante e complexo. Fundada em 1888, a empresa foi um ícone global da fotografia analógica por mais de um século, com amplo domínio no mercado de câmeras e filmes. No entanto, em 2012, a Kodak precisou declarar falência após não conseguir se adaptar aos avanços da fotografia digital — ironicamente, uma tecnologia que a própria empresa ajudou a desenvolver, mas que acabou por não priorizar comercialmente.
Na época, a Kodak acumulava dívidas bilionárias, vendeu grande parte de suas patentes e encerrou vários segmentos tradicionais para emergir da falência em 2013, focando seu negócio principalmente na fabricação de filmes cinematográficos, produtos químicos e licenciamento da marca. Desde então, apesar de não voltar ao auge, a Kodak conseguiu manter uma presença significativa no setor de películas fotográficas e na indústria cinematográfica, além de diversificar em setores como o farmacêutico (sim, isso mesmo!)
O analógico no mundo digital
Hoje, a Kodak atravessa um momento de dualidade profunda. Por um lado, a Geração Z vem redescobrindo o fascínio do filme analógico, impulsionando um renascimento da fotografia vintage que valoriza as imperfeições, texturas e o ritual manual do processo fotográfico tradicional. Por outro lado, essa mesma geração não necessariamente quer lidar com película física, que exige revelação e limitações práticas. Para atingir esse público, a Kodak também oferece câmeras digitais com estética retrô e filtros que simulam o visual analógico, unindo nostalgia e conveniência tecnológica.
A Kodak tem expandido seu catálogo para atrair essa geração, lançando produtos como a câmera em formato de chaveiro — compacta, estilosa e voltada para o público que valoriza praticidade e design retrô.
Kodak lança câmera de bolso ultracompacta e nostálgica
A empresa também aposta em um nicho de dispositivos que chamam a atenção de muitos jovens, as impressoras digitais portáteis que permitem a revelação instantânea de fotos tiradas por smartphones ou câmeras digitais. Esses dispositivos são populares entre a Geração Z e millennials que desejam a experiência tátil e física da fotografia, mas sem a complexidade e os custos associados ao filme tradicional.
Essas impressoras digitais funcionam como um elo entre o universo analógico e digital, atraindo especialmente públicos jovens que valorizam produtos que ofereçam conveniência aliada a um toque de nostalgia. Como vários fabricantes, a Kodak aposta nesse segmento para diversificar sua receita além das películas tradicionais e reviver seu legado na cultura pop.
Hollywood e a tradição cinematográfica que resiste
No setor cinematográfico, a Kodak mantém um papel essencial ao fornecer películas para grandes produções. Filmes recentes, como “Oppenheimer” (2023), foram capturados totalmente em película IMAX de grande formato, reafirmando a disposição de diretores renomados em privilegiar o visual único da película.
Essa fatia do negócio é estratégica para a Kodak: grandes estúdios continuam mantendo contratos de longo prazo, garantindo fluxo de receita e visibilidade para a marca, mesmo em um mercado audiovisual cada vez mais digitalizado.
A tradição do filme se mantém especialmente forte entre cineastas de prestígio. Christopher Nolan, Quentin Tarantino, Paul Thomas Anderson e Jordan Peele são defensores ferrenhos da película, argumentando que ela oferece uma profundidade visual e textura orgânica impossíveis de replicar digitalmente. Essa preferência não é apenas estética: muitos diretores acreditam que o processo mais deliberado de filmagem em película resulta em performances mais autênticas dos atores.
Números do mercado cinematográfico revelam a importância estratégica:
• Aproximadamente 20-25% das grandes produções de Hollywood ainda utilizam película, seja parcial ou totalmente
• O segmento de películas cinematográficas representa cerca de 30-35% da receita total da divisão de filmes da Kodak
Fonte: Hardware.com.br
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