
O que ter um gato faz com o seu cérebro – e com o dele
Publicado em 20 de outubro de 2025 às 10:00
2 min de leituraLaura Elin Pigott é professora sênior de Neurociências e Neurorreabilitação na Faculdade de Saúde e Ciências da Vida, London South Bank University. Este artigo foi republicado do The Conversation sob uma licença Creative Commons. Leia o artigo original.
Os gatos podem ter uma reputação de independência, mas pesquisas recentes sugerem que compartilhamos uma conexão única com eles – alimentada pela química do cérebro.
A principal substância química envolvida é a oxitocina, frequentemente chamada de “hormônio do amor”. É a mesma substância neuroquímica que surge quando uma mãe embala seu bebê ou quando amigos se abraçam, promovendo confiança e afeto. E agora estudos estão mostrando que a oxitocina também é importante para o vínculo entre gatos e humanos.
A oxitocina desempenha um papel central na ligação social, na confiança e na regulação do estresse em muitos animais, incluindo os seres humanos. Uma experiência de 2005 mostrou que a oxitocina tornava os voluntários humanos significativamente mais dispostos a confiar nos outros em jogos financeiros.
A oxitocina também tem efeitos calmantes em humanos e animais, pois suprime o hormônio do estresse cortisol e ativa o sistema nervoso parassimpático (o sistema de descanso e digestão) para ajudar o corpo a relaxar.
Os cientistas sabem há muito tempo que interações amigáveis desencadeiam a liberação de oxitocina tanto em cães quanto em seus donos, criando um ciclo de feedback mútuo de vínculo. Até recentemente, porém, pouco se sabia sobre seu efeito em gatos.
Os gatos são mais sutis em demonstrar afeto. No entanto, seus donos frequentemente relatam os mesmos sentimentos calorosos de companheirismo e alívio do estresse que os donos de cães relatam — e estudos estão cada vez mais confirmando esses relatos. Pesquisadores no Japão, por exemplo, relataram em 2021 que breves sessões de carinho com seus gatos aumentavam os níveis de oxitocina em muitos donos.
Nesse estudo, mulheres interagiram com seus gatos por alguns minutos enquanto cientistas mediam os níveis hormonais dos donos. Os resultados sugeriram que o contato amigável (acariciar o gato, falar em um tom gentil) estava relacionado ao aumento da oxitocina na saliva dos humanos, em comparação com um período de descanso tranquilo sem seus gatos.
Muitas pessoas acham que acariciar um gato que ronrona é relaxante, e pesquisas indicam que não é apenas por causa do pelo macio. O ato de acariciar e até mesmo o som do ronronar podem desencadear a liberação de oxitocina em nossos cérebros. Um estudo de 2002 descobriu que essa descarga de oxitocina causada pelo contato gentil com gatos ajuda a reduzir o cortisol (nosso hormônio do estresse), o que, por sua vez, pode reduzir a pressão arterial e até mesmo a dor.
Quando a oxitocina é liberada?
Pesquisas estão identificando momentos específicos que causam a liberação desse hormônio em nossa amizade entre espécies diferentes. O contato físico gentil parece ser o principal gatilho para os gatos.
Fonte: Superinteressante
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