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Starlink ultrapassa 600 mil usuários no Brasil e desafia operadoras tradicionais
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Starlink ultrapassa 600 mil usuários no Brasil e desafia operadoras tradicionais

Publicado em 6 de novembro de 2025 às 11:50

3 min de leitura

De zero a 600 mil usuários em três anos

A Starlink atingiu em outubro de 2025 a marca de 600 mil usuários ativos no Brasil, consolidando-se como a maior provedora de internet via satélite do país.
Mais do que números, o feito representa uma transformação geográfica: a empresa de Elon Musk conectou regiões antes totalmente fora do mapa digital brasileiro.

O avanço é notável — em janeiro, eram 334 mil usuários.
Em apenas dez meses, o número quase dobrou, refletindo a crescente presença da empresa em áreas rurais, comunidades isoladas e operações agroindustriais.


Crescimento que redesenha o mapa da conectividade

Enquanto operadoras tradicionais cobrem apenas 34% da área agricultável nacional com fibra óptica, a Starlink atinge localidades da Amazônia Legal e do Norte do país, fornecendo acesso para escolas, postos de saúde e fazendas automatizadas.

O impacto é especialmente forte no agronegócio:
fabricantes como Stara já vendem máquinas agrícolas com terminais Starlink integrados de fábrica, permitindo monitoramento remoto e telemetria em tempo real.


Números oficiais vs. números operacionais

Há, no entanto, uma diferença entre o que a empresa divulga e o que consta nos relatórios da Anatel.
Enquanto a Starlink aponta 600 mil clientes ativos, os registros públicos da agência indicam 422 mil acessos — um defasamento esperado, segundo especialistas.

A diferença se deve a:

  • Atrasos na atualização de bases oficiais;
  • Critérios distintos para acessos corporativos e em roaming;
  • Processos de registro regionais não unificados.

Mesmo com essa defasagem, a Starlink lidera o segmento de satélite com 46% de participação de mercado, à frente de concorrentes locais e internacionais.


Velocidade e desempenho em alta

Além de expandir sua base, a Starlink também aumentou em 50% a média global de velocidade de download em 2025 — de 145 Mbps em janeiro para 220 Mbps em outubro.
No Brasil, a melhoria é perceptível em latência e estabilidade, fatores cruciais para aplicações críticas como educação remota, telemedicina e automação no campo.


Concorrência à vista

O domínio da Starlink já começa a ser desafiado.
A Anatel autorizou testes da Amazon Kuiper, enquanto a chinesa SpaceSail prepara entrada no país em 2026.
Ambas pretendem reduzir a dependência do mercado brasileiro — hoje 46% concentrada na Starlink.

Para reagir, a empresa lançou novas estratégias:

  • Kit Mini reduzido para R$ 799, o menor preço da história;
  • Plano residencial promocional por R$ 164/mês durante o primeiro ano;
  • Ampliação de contratos corporativos com governos e prefeituras locais.

IndicadorJaneiro 2025Outubro 2025Crescimento
Usuários ativos334.000600.000+80%
Velocidade média (download)145 Mbps220 Mbps+50%
Escolas conectadas4.0007.000++75%
Participação no mercado de satélite41%46%

Conectividade como infraestrutura essencial

A expansão da Starlink redefine o conceito de inclusão digital no Brasil.
Com foco em regiões onde a fibra é inviável, a empresa transformou a conectividade em infraestrutura de base, impulsionando educação, saúde e agronegócio.

Enquanto operadoras tradicionais enfrentam o desafio de modernizar redes e políticas, a corrida por espaço orbital e cobertura global — agora disputada por Amazon, SpaceX e novos players — promete ser a próxima grande batalha do setor de telecomunicações.


“De uma promessa distante a um pilar estratégico nacional, a Starlink prova que o céu não é o limite — é o começo.”


Fonte: Hardware.com.br

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