Pular para o conteúdo
Sua playlist pode ser a chave para aliviar o enjoo em viagens no carro
Tecnologia
sua
playlist
pode
ser
chave
para

Sua playlist pode ser a chave para aliviar o enjoo em viagens no carro

Publicado em 9 de setembro de 2025 às 08:00

3 min de leitura

Fonte: Superinteressante

Em uma viagem de carro por uma estrada sinuosa, a sensação de náusea pode surgir de repente e transformar o trajeto em algo bastante desconfortável. Embora os remédios contra enjoo sejam conhecidos, eles costumam trazer efeitos colaterais indesejados, como sonolência.

Agora, um novo estudo publicado na revista Frontiers in Human Neuroscience sugere que a solução pode estar mais perto do que se imagina: colocar a música certa para tocar.

A pesquisa foi conduzida por cientistas da China, que decidiram investigar se diferentes estilos musicais poderiam ajudar a aliviar a chamada cinetose, ou enjoo de movimento.

Compartilhe essa matéria via:

WhatsAPP Telegram

Para isso, criaram um ambiente controlado, usando um simulador de direção capaz de induzir sintomas em voluntários. Os 30 participantes selecionados relataram já ter sofrido enjoos moderados no passado, o que aumentava as chances de que sentissem desconforto durante os testes.

Eles foram divididos em seis grupos: quatro ouviram tipos distintos de música (alegre, suave, apaixonada ou triste) após o início do enjoo; um grupo não ouviu nada e apenas descansou; e outro teve a simulação interrompida pouco antes de desenvolver os sintomas, servindo de parâmetro comparativo.

Continua após a publicidade

Enquanto isso, todos usavam toucas de eletroencefalograma (EEG), equipamento que registra a atividade elétrica cerebral. Essa medição era importante para que os pesquisadores tentassem identificar sinais específicos do enjoo no cérebro.

Fotografia do experimento de enjoo de movimento, que simulava uma viagem nauseante.Li et al., Frontiers in Human Neuroscience, 2025)/Reprodução O procedimento seguiu sempre a mesma ordem: primeiro, os participantes permaneceram imóveis no simulador para registrar uma linha de base do EEG. Depois, realizaram a tarefa de direção até começarem a sentir náuseas. Em seguida, ouviam música por 60 segundos – ou simplesmente descansavam, no caso do grupo de controle. Logo após esse tempo, relatavam o quanto ainda se sentiam enjoados.

Os números chamaram atenção. Quem ouviu música alegre relatou melhora de 57,3%, seguido de perto pelo grupo da música suave, com 56,7%. A música apaixonada reduziu os sintomas em 48,3%. O simples descanso, sem música, proporcionou 43,3% de melhora. Já a música triste ficou atrás de todos, com apenas 40%, mostrando-se até pior do que não fazer nada.

Continua após a publicidade

Os pesquisadores acreditam que isso pode ter explicações psicológicas e neurológicas. A música suave parece relaxar o corpo e diminuir a tensão que agrava o enjoo. A alegre, por sua vez, pode distrair o cérebro, ativando sistemas de recompensa que ajudam a desviar a atenção do mal-estar. No sentido oposto, músicas tristes tendem a reforçar sentimentos negativos e, consequentemente, piorar a experiência.

Além da percepção dos voluntários, os dados do EEG confirmaram mudanças no cérebro. Quando os participantes começaram a se sentir mal, os sensores mostraram que a atividade elétrica no lobo occipital – a área que processa informações visuais – ficou menos variada, como se a região funcionasse de maneira mais “engessada” durante a náusea.

À medida que os sintomas diminuíam, essa atividade voltava a se diversificar, aproximando-se do padrão normal. Isso significa que o eletroencefalograma pode funcionar como uma espécie de “termômetro objetivo” do enjoo, em vez de depender apenas do que cada pessoa relata sentir.

Leia também