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A Grande Mancha de Lixo do Pacífico criou seu próprio ecossistema: a Plastifera
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A Grande Mancha de Lixo do Pacífico criou seu próprio ecossistema: a Plastifera

Publicado em 11 de outubro de 2025 às 08:00

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No meio do oceano Pacífico, entre a Califórnia e o Havaí, há uma paisagem improvável: uma extensão turva de resíduos humanos, redes de pesca e fragmentos de garrafas plásticas que, vistos do alto, lembram um deserto flutuante. Essa é a Grande Mancha de Lixo do Pacífico (NPGP), uma massa de detritos estimada em 1,6 milhão de quilômetros quadrados – maior que o Peru e o Equador juntos.

Pensar na Grande Mancha de Lixo é garantir imagens automáticas: animais marinhos sufocados no plástico, com algum machucado derivado de garrafas e agarrados em redes de pesca. Durante décadas, acreditou-se que este lugar fosse um cemitério marinho, um símbolo da negligência humana.

Mas novas pesquisas sugerem algo mais complexo: a mancha se transformou em um novo ecossistema, habitado por criaturas que aprenderam a viver – e prosperar – sobre o plástico. Os cientistas agora chamam esse fenômeno de “plastifera”.

“Há mais vida lá do que imaginávamos… um ecossistema inteiro bem no meio do lixo”, diz Fiona Chong, bióloga marinha que estuda a região, para a National Public Radio (NPR).

É um paradoxo, sem dúvidas. O mesmo plástico que ameaça a vida marinha serve de plataforma para novas formas de vida. “É uma pena que nós, humanos, tenhamos impactos tão grandes no oceano que, sabe, nossa pegada seja tão distante”, diz Chong à NPR. “O plástico presente na área pode ser prejudicial para outros organismos marinhos.”

Nem todos os cientistas enxergam essa colonização como algo positivo. Pesquisas já alertam que espécies “imigrantes” podem desequilibrar os ecossistemas oceânicos, competindo com os habitantes nativos. Em alguns casos, bactérias potencialmente nocivas, como o Vibrio — associado a infecções gastrointestinais — foram encontradas em superfícies plásticas.

Fonte: Superinteressante

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