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Afinal, quem é a “Sally” da música Don’t Look Back in Anger, do Oasis?
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Afinal, quem é a “Sally” da música Don’t Look Back in Anger, do Oasis?

Publicado em 15 de outubro de 2025 às 18:00

3 min de leitura

A banda Oasis, que volta ao Brasil neste mês de novembro para dois shows épicos em São Paulo, onde vai encerrar a turnê de retorno com mais de 130 mil fãs no estádio do Morumbi, tem várias músicas com histórias curiosas.

“Talk Tonight”, por exemplo, é sobre uma mulher que Noel Gallagher conheceu nos EUA durante a primeira turnê do Oasis. “Married With Children” é sobre uma ex-namorada que odiava as músicas de Noel. “Sunday Morning Call” é sobre gente rica e influente que começou a encher o saco de Noel depois que ele ficou famoso (os fãs especulam que seja sobre a modelo Kate Moss).

Já “Live Forever” é sobre ter um melhor amigo e dividir uma cumplicidade que só os dois entendem. É também uma cutucada em Kurt Cobain: “Parecia pra mim que aqui estava esse sujeito que tinha tudo e estava triste. Enquanto a gente tinha nada e eu ainda achava que acordar de manhã era a melhor coisa do mundo”, declarou Noel certa vez.

Mas e quanto a “Don’t Look Back In Anger?”, um dos maiores sucessos da banda (e também dos anos 90)? Lançada como single em fevereiro de 1996, essa foi a quinta faixa retirada do segundo álbum da banda, (What’s the Story) Morning Glory?.

A letra conta a história de uma mulher chamada Sally, que olha para sua vida sem arrependimentos. O refrão diz: “então, Sally pode esperar / ela sabe que é tarde demais / conforme ela passa / minha alma esvanece / mas ‘não olhe pra trás com raiva’ / ouvi você dizer”.

Em uma entrevista de 2018, Noel Gallagher disse que escreveu a faixa após sair de uma boate de strip. “Começou como uma música de desafio, sobre essa mulher: ela está, metaforicamente, vendo o diário de sua vida passar diante dela, e pensa: ‘Sabe de uma coisa? Não tenho arrependimentos.’ Ela está brindando a isso. Depois, virou uma música de celebração. E agora, é como um hino. Eu não a toco mais sem ser acústica; não parece certo. Acho que ainda é uma música de desafio”, contou.

Ele não estava mencionando esse tema à toa: no ano anterior, um ataque terrorista em Manchester (cidade natal do Oasis) tirou a vida de 22 pessoas. Em uma vigília pelas vítimas, os habitantes da cidade cantaram juntos Don’t Look Back In Anger de forma espontânea. O vídeo do momento correu o mundo e virou símbolo, junto com a música, da resistência dos mancunianos, os nativos de Manchester, contra a violência.

Ok, mas quem seria a tal Sally?

Segundo Noel, o nome veio a ele em Paris antes de um show do Oasis, no qual eles iriam tocar com a banda The Verve. “Eu tinha os acordes para aquela música e comecei a escrevê-la. Estávamos agendados para tocar dois dias depois. Nosso primeiro grande show em arena — hoje chamada Sheffield Arena”, disse ele à revista Uncut em 2007.

“No soundcheck, eu estava dedilhando o violão e nosso garoto [Liam] disse: ‘O que é isso que você está cantando?’ Eu nem estava cantando, na verdade. Só estava improvisando. E nosso garoto disse: Você está cantando ‘Então, Sally pode esperar?’ E eu fiquei tipo — isso é genial! Então comecei a cantar: ‘Então Sally pode esperar.’ Lembro de voltar para o camarim e escrever a letra. Depois disso, tudo aconteceu muito rápido.”

Em 2009, numa entrevista para o livro The Art of Noise: Conversations With Great Songwriters, Noel complementou a história, dizendo que estava cantando uma letra aleatória e Liam entendeu errado. “Eu estava tocando a música na passagem de som. Estava cantando e não tinha a palavra, eu estava dizendo algo mas não lembro o quê. Ele veio e disse: ‘Quem é Sally?’ e eu falei, ‘Do que tá falando?’, e ele disse ‘Quem é essa Sally que pode esperar?’ e eu falei ‘gênio da p***’. Não vou te dar dinheiro nenhum por isso, aliás”.

Fonte: Superinteressante

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