
Como alguém vira santo na Igreja Católica?
Publicado em 8 de setembro de 2025 às 18:00
2 min de leituraFonte: Superinteressante
Neste domingo (7), o Vaticano declarou santo o jovem italiano Carlo Acutis, que faleceu em 2006 aos 15 anos em decorrência de uma leucemia fulminante.
Conhecido como o “padroeiro da internet”, ele tornou-se o primeiro millennial – geração formada por pessoas nascidas entre as décadas de 1980 e 1990 – reconhecido oficialmente pela Igreja Católica como santo.
A canonização atraiu dezenas de milhares de fiéis à Praça de São Pedro e marca um momento simbólico para a instituição: o reconhecimento de uma figura próxima às novas gerações, que usou a tecnologia para difundir a fé.
O decreto foi proclamado por papa Leão XIV, eleito em maio de 2025 após a morte de Francisco. O pontífice anterior havia acompanhado boa parte do processo, mas faleceu antes da conclusão da etapa final.
Compartilhe essa matéria via:
WhatsAPP Telegram
Na Igreja Católica, a santidade é a confirmação oficial de que uma pessoa entrou na presença eterna de Deus – em outras palavras, que alcançou o céu vivendo de forma “heroicamente virtuosa”.
Os santos não são considerados diferentes dos demais no céu, mas o título muda a forma como são venerados na Terra: a Igreja pode erigir santuários em sua memória, incluir seu nome no calendário litúrgico e designar dias em sua homenagem.
Continua após a publicidade
Isso, porém, não acontece com todos os que viveram de modo virtuoso. O processo de canonização é árduo, demorado e também estratégico. Qualquer fiel pode iniciar uma petição, mas primeiro precisa convencer seu bispo de que a causa é válida. A partir daí, começa um caminho que, em muitos casos, pode se estender por décadas ou até séculos.
Nos primeiros séculos do cristianismo, santos eram proclamados por aclamação popular ou decisão de bispos. A centralização em Roma surgiu na Idade Média, no século 12, quando o papa Alexandre III determinou que apenas o pontífice poderia canonizar oficialmente.
A partir daí, o procedimento se tornou cada vez mais jurídico, reforçado pelo Concílio de Trento (1545-1563) e pela criação da Congregação dos Ritos, em 1588, em resposta à Reforma Protestante.
Em 1983, João Paulo II simplificou algumas etapas, reduzindo o número de milagres exigidos e acelerando o ritmo de reconhecimentos. Atualmente, o processo é conduzido pelo Dicastério para as Causas dos Santos e segue etapas bem definidas.
O passo a passo até a santidade
Leia também
- Aulas contra phishing não funcionam como o esperado, diz estudo
Ataques de phishing estão entre os golpes digitais mais frequentes (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)
- HUAWEI X-TAP: como a nova tecnologia da marca redefine o monitoramento de saúde nos smartwatches?
Os smartwatches deixaram de ser apenas acessórios para contar passos ou exibir notificações do celular.
- Google lança Modo IA em português; veja como funciona
Modo IA funciona de modo parecido com Gemini e ChatGPT (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)