
Fóssil de 242 milhões de anos revela o mais antigo parente dos lagartos
Publicado em 6 de outubro de 2025 às 08:00
2 min de leituraUm pequeno predador que viveu há 242 milhões de anos é o mais antigo membro do grupo dos lagartos e das cobras modernas, segundo um novo estudo. Com apenas 10 centímetros de comprimento, o réptil ajuda a entender a história evolutiva desta diversa linhagem de vertebrados.
Descoberto em 2015 na região de Devon, no sul da Inglaterra, o fóssil contém ossos do crânio e do corpo excepcionalmente preservados. Agora, pesquisadores da Universidade de Bristol publicaram na revista Nature uma análise detalhada do achado. Para não danificar o fóssil, que estava em uma pedra, os cientistas usaram técnicas de raio-X e reconstruíram um modelo 3D de seu esqueleto.
A nova espécie foi batizada de Agriodontosaurus helsbypetrae e ela é o mais antigo membro conhecido do grupo dos Lepidosauria, que atualmente inclui mais de 12 mil espécies – mais do que o número total de mamíferos ou aves. Além das cobras e dos lagartos, que compõem o subgrupo dos escamados, também faz parte dos Lepidosauria o tuatara, um animal que só existe na Nova Zelândia.
Apesar de parecer visualmente com um lagarto, o tuatara é, na verdade, o último membro vivo de outro subgrupo, dos Rhynchocephalia. No passado, porém, várias espécies desta turma conviviam com os dinossauros.
O novo Agriodontosaurus é mais próximo do tuatara do que dos lagartos modernos, embora esteja localizado bem perto do início da linhagem dos Lepidosauria – e, por isso, tenha características mistas.
Por exemplo: o fóssil apresenta a barra temporal inferior aberta, ou seja, possui uma lacuna nos ossos da mandíbula, algo que também ocorre nas cobras e lagartos. Essa adaptação permite que esses bichos comam presas muito maiores do que suas cabeças, mas, curiosamente, está ausente nos tuataras, indicando que a característica se perdeu nesta linhagem evolutiva.
O Agriodontosaurus tem dentes bem grandes, que provavelmente eram usados para esmagar o exoesqueleto de insetos – parecido com o que os tuataras fazem atualmente. Os cientistas suspeitam que o cardápio era composto principalmente por baratas, gafanhotos e grilos grandes.
“Quando encontrei o espécime em 2015 na praia de Devon, não tinha ideia do que era, pois só um pedaço estava exposto”, disse Rob Coram, um dos autores do estudo. “Foi ótimo ver um fóssil tão incrível vindo de um local que fornece fósseis há 150 anos.”
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Fonte: Superinteressante
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*Ella Kellner é doutoranda em Ciências Biológicas na Universidade da Carolina do Norte – Charlotte. O texto a seguir é do site The Conversation.
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