
Há 19 anos, quadros de Picasso e outros foram roubados de um museu em pleno Carnaval no RJ
Publicado em 21 de outubro de 2025 às 19:00
2 min de leituraRio de Janeiro, 24 de fevereiro de 2006. Sexta-feira de Carnaval.
Não é preciso ter vivido o Carnaval carioca de 19 anos atrás para pintar a imagem de como o bairro de Santa Teresa estava: o fervo era intenso, as latinhas de Skol faziam um novo asfalto e não se escutava outra coisa que não o tal do final da odisseia terrestre.
Ali, na Rua Murtinho Nobre, o Museu da Chácara do Céu não esperava fazer parte do desfile. Aliás, mal esperava que teria público, visto o adversário que atraía a atenção daquela sexta feira. Instalado na antiga residência do colecionador Raymundo Ottoni de Castro Maya, o museu abriga mais de 20 mil obras de artistas como Modigliani, Degas, Portinari e Miró.
Acontece que, enquanto os tambores ecoavam pelas ladeiras do bairro, quatro homens se desvencilhavam da folia para entrar discretamente em um museu e realizar o que se tornaria o mais audacioso roubo de obras de arte da história do Brasil.
Os ladrões levaram quatro pinturas – de Picasso, Dalí, Monet e Matisse – avaliadas na época em 10 milhões de dólares. Hoje, 19 anos depois, nenhuma delas foi recuperada. Ninguém foi condenado.
O roubo
Do lado de fora, as ruas estavam tomadas por milhares foliões que acompanhavam o Bloco das Carmelitas, um dos desfiles mais tradicionais do bairro. Dentro do museu, o cenário era de calma – a maioria dos funcionários havia sido dispensada mais cedo, e quem ainda estava por lá, esperava ansiosamente para se juntar à folia.
Segundo testemunhas, quatro homens entraram de forma tranquila, mas decidida. Renderam os seguranças, que estavam desarmados, obrigaram os funcionários a desligar as câmeras de segurança e trancaram visitantes e empregados em uma das salas do museu.
Usando talheres de prata que faziam parte do acervo, arrancaram as telas das paredes e desapareceram, misturando-se à multidão mascarada do lado de fora. Com as ruas bloqueadas e as forças de segurança distraídas, a fuga dos criminosos seria impossível de rastrear.
–Wikimedia Commons/Reprodução
A busca
A jornalista Cristina Tardáguila investigou o caso minuciosamente. Toda a apuração foi parar no livro A arte do descaso, pela editora Intrínseca, que conta a história completa, do roubo à investigação e ao arquivo do caso.
Fonte: Superinteressante
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*Ella Kellner é doutoranda em Ciências Biológicas na Universidade da Carolina do Norte – Charlotte. O texto a seguir é do site The Conversation.
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