
Intel subestimou e pagou o preço: NVIDIA hoje vale quase 30 vezes mais
Publicado em 18 de setembro de 2025 às 15:21
3 min de leituraPor décadas, a Intel foi sinônimo de microprocessadores, o cérebro de quase todos os computadores do mundo. Sua dominância parecia inabalável, e o mantra da “Lei de Moore” – que previa o dobro de transistores a cada 18-24 meses, resultando em chips exponencialmente mais poderosos – era a força que impulsionava a indústria. Mas nos bastidores, uma revolução silenciosa estava sendo orquestrada pela NVIDIA.
A primeira rachadura no império da Intel foi visível já em julho de 2020, quando a NVIDIA a superou em valor de mercado. Foi um marco simbólico, mas a diferença cresceu de forma exponencial nos anos seguintes.
Neste mês, a NVIDIA atingiu impressionantes 4,2 trilhões de dólares em valor de mercado, contrastando com os cerca de 142 bilhões da Intel — uma diferença de quase 30 vezes. A magnitude dessa inversão é ainda mais evidente quando analisamos a fortuna pessoal de Jensen Huang, CEO da NVIDIA, que em 2025 alcança cerca de 158 bilhões de dólares, tornando-o não só um dos empresários mais ricos do mundo, mas também com patrimônio pessoal que supera o valor total da própria Intel.
A profecia e a cegueira de um gigante
A ironia dessa história é palpável quando revisitamos o ano de 2009. Naquela época, a NVIDIA estava em um período desafiador, com prejuízos em 2009 e 2010 e suas ações em baixa. Foi nesse cenário que a empresa tentou contratar Bill Dally, especialista em computação paralela e presidente do departamento de ciência da computação de Stanford. A Intel, para manter seu talento longe da concorrente, fez uma oferta “mais lucrativa” a Dally.
Mas a história toma um rumo dramático. Jim Plummer, então reitor da escola de engenharia de Stanford e membro do conselho da Intel, questionou a sanidade de Dally por considerar a NVIDIA. Sua declaração foi direta e, em retrospecto, incrivelmente equivocada: “Bill, você é louco”, disse Plummer. “A Intel vai esmagar a NVIDIA.
Jensen Huang Contrariando todas as expectativas da época, Dally escolheu a NVIDIA. Ele via em Jensen Huang, o visionário por trás da empresa, um “líder nato” que inspirava as pessoas a segui-lo “aonde quer que ele fosse”. Essa decisão, que parecia um passo atrás na carreira, revelou-se um salto gigantesco para o futuro.
Onde a Intel errou e a NVIDIA acertou?
A história de Dally é um microcosmo do que viria a acontecer. A Intel, focada em sua abordagem serial e na Lei de Moore, subestimou a demanda por poder de processamento em gráficos 3D e, crucialmente, no então nascente campo da inteligência artificial. Suas tentativas de entrar no mercado de chips gráficos falharam, com o “Intel i740” sendo um “fracasso” e o “Projeto Larrabee” (apelidado internamente de “matador de GeForce”) sendo “cancelado antes do lançamento” devido a “conflitos internos”.
Em 2022, a Intel lançou a linha Arc, que até o momento não conseguiu ultrapassar uma participação significativa no mercado de placas gráficas dedicadas, permanecendo abaixo de 1%. Apesar das melhorias técnicas e do lançamento da geração Battlemage, a Intel ainda enfrenta a dura realidade de competir num mercado dominado pela NVIDIA, que detém cerca de 92% de participação, seguida pela AMD com aproximadamente 8%.
Enquanto isso, a NVIDIA de Jensen Huang, seguindo a filosofia de “inovação disruptiva” apostou em produtos incomuns que a Intel não consideraria fabricar, para clientes que ela nunca iria querer atender. A empresa se concentrou em computação paralela e no desenvolvimento do CUDA, uma plataforma de software que transformou suas GPUs em supercomputadores acessíveis.
O segredo da NVIDIA: não apenas hardware, mas software
O diferencial da NVIDIA não era apenas um hardware melhor, mas um software superior. Enquanto a Lei de Moore, que a Intel tanto defendia, “estava morta” no que diz respeito aos ganhos lineares de transistores, a NVIDIA alcançava acelerações mil vezes maiores em desempenho de inferência de IA em um único chip
O ecossistema CUDA se tornou tão fundamental que, mesmo com alternativas de código aberto da AMD e Intel, poucos pesquisadores de IA as utilizavam, preferindo “esperar pelo hardware da NVIDIA. Isso foi fundamental para desenhar o império que se transformou a empresa comandada por Huang.
A nova parceria, sob um novo patamar
Fonte: Hardware.com.br
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