
Lua de Saturno torna-se uma boa candidata para abrigar vida, sugere pesquisa
Publicado em 4 de outubro de 2025 às 12:00
2 min de leituraPor mais de duas décadas, cientistas analisaram os dados enviados pela missão Cassini-Huygens, um esforço conjunto da NASA e da Agência Espacial Europeia (ESA), que investigou Saturno e seus arredores. Agora, os resultados de uma pesquisa publicada na revista Nature Astronomy reacendem uma das maiores questões da exploração espacial: a lua Encélado, um dos satélites naturais do planeta, poderia sustentar vida?
Pesquisadores confirmaram a presença de moléculas orgânicas complexas em grãos de gelo expelidos do oceano subterrâneo de Encélado. A descoberta foi considerada crucial para avaliar o potencial de habitabilidade desse mundo gelado.
“Detectamos novamente frações arila [um composto orgânico] e oxigênio nesses grãos de gelo frescos, como identificado anteriormente em grãos de anel E mais antigos”, escrevem os autores.
Essas moléculas, fundamentais para os processos biológicos na Terra, foram detectadas em partículas lançadas por jatos que emergem das rachaduras na crosta congelada da lua. Parte desse material retorna à superfície, enquanto outra fração se dispersa no espaço, alimentando o chamado “anel E” de Saturno.
“Há muitos caminhos possíveis entre as moléculas orgânicas que encontramos nos dados da Cassini e compostos potencialmente biologicamente relevantes, o que aumenta a probabilidade de a lua ser habitável”, afirmou o pesquisador Nozair Khawaja, autor principal do estudo, em comunicado.
A primeira pista de que Encélado escondia uma química mais rica surgiu em 2005, quando a Cassini observou os jatos de gelo emanando do polo sul da lua. Três anos depois, a sonda Huygens atravessou nuvens recém-expelidas desse oceano oculto, revelando sinais de compostos orgânicos complexos. Agora, os cientistas confirmam que os materiais coletados na órbita de Saturno são idênticos aos ejetados das profundezas do satélite.
Essa constatação não só reforça a teoria de que Encéladopossui um ambiente habitável, mas também oferece diretrizes para missões futuras. A ESA já planeja um voo de reconhecimento sobre os jatos de gelo e, pela primeira vez, um pouso na região polar sul da lua, com o objetivo de coletar amostras diretamente em sua superfície.
Mesmo que nenhuma forma de vida seja encontrada, os especialistas argumentam que a ausência, em um ambiente aparentemente tão favorável, seria igualmente reveladora. “Levanta sérias questões sobre por que a vida não está presente em tal ambiente quando as condições certas estão lá”, acrescentou Khawaja.
Fonte: Superinteressante
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