
Primeiros fósseis de insetos preservados em âmbar da América do Sul são encontrados no Equador
Publicado em 18 de setembro de 2025 às 19:00
2 min de leituraEm Jurassic Park (1993), o Sr. DNA, um personagem de desenho animado criado para explicar aos turistas do parque como a empresa InGen trouxe os dinossauros de volta à vida, explica como insetos acabam fossilizados em âmbar.
“Às vezes, o mosquito pousava em um galho de árvore e ficava preso na seiva! Depois de muito tempo, a seiva da árvore endurecia e se fossilizava… como um osso de dinossauro”, diz o personagem. A cena mostra, como exemplo, um pequeno inseto no cristal alaranjado que lembra um pirulito.
Mais de 30 anos depois do lançamento do filme, um equívoco precisa ser corrigido: o âmbar não é feito de seiva de árvore, e sim de resina. A seiva é o fluido que circula pelo sistema vascular de uma planta, enquanto a resina é uma substância semissólida secretada em bolsas e canais através das células epiteliais da planta – e é ela que pode virar âmbar e preservar seres por milhões de anos.
Esse tipo de fóssil é bastante conhecido por paleontólogos ao redor do mundo, e alguns países e regiões, como Mianmar, são referência no assunto porque possuem muitos depósitos. Mas, até então, a América do Sul não tinha nenhum pirulito de inseto.
Isso mudou: um fragmento de resina fossilizada encontrado em uma pedreira no leste do Equador está ajudando cientistas a abrir uma janela para um mundo quase esquecido – uma floresta úmida que existia há 112 milhões de anos, quando a América do Sul ainda fazia parte do supercontinente Gondwana.
O estudo, publicado na revista Communications Earth & Environment, descreve o primeiro depósito de âmbar da América do Sul com insetos preservados em seu interior.
As amostras analisadas vêm da Formação Hollín, na Bacia Oriente do Equador, um vasto depósito sedimentar. Os cientistas identificaram dois tipos de âmbar: um que se formou no subsolo, próximo às raízes das árvores, e outro produzido quando a resina escorria para o ar e endurecia.
Entre 60 fragmentos de âmbar, a equipe encontrou 21 bioinclusões – o nome que se dá para quando pequenos organismos ficam aprisionados na resina pegajosa. Moscas, besouros, vespas primitivas e até um delicado pedaço de teia de aranha fazem parte da descoberta. Nos sedimentos vizinhos, foram encontrados também esporos, pólen e restos vegetais que reforçam a imagem de uma floresta densa e úmida, dominada por árvores produtoras de resina.
Xavier Delclòs, professor da Faculdade de Ciências da Terra da Universidade de Barcelona, Espanha e autor do estudo, disse à Super que ficou surpreso com a descoberta. “Depósitos de âmbar com bioinclusões são muito raros; há muito mais depósitos de âmbar sem bioinclusões do que com. Encontrar esse conjunto pela primeira vez em todo o registro mesozoico da América do Sul foi muito gratificante.”
Fonte: Superinteressante
Leia também
- Starlink ultrapassa 600 mil usuários no Brasil e desafia operadoras tradicionais

A Starlink superou 600 mil usuários ativos no Brasil em 2025, conectando desde a Amazônia até o agronegócio — e forçando operadoras a repensar seus limites.
💬 0 - Amazon e OpenAI firmam acordo de US$ 38 bilhões para infraestrutura de nuvem

Acordo histórico de sete anos entre OpenAI e Amazon Web Services redefine a corrida por infraestrutura de IA, com US$ 38 bilhões em investimento e milhares de GPUs Nvidia dedicadas.
💬 0 - Empresas de combustíveis fósseis são responsáveis por só 1% dos projetos mundiais de energia renovável

Na COP28, em 2023, todos os países participantes concordaram em colocar no relatório final o compromisso de se afastar dos combustíveis fósseis, os principais responsáveis pelas mudanças climáticas. Foi a primeira vez que o tema foi tratado de forma tão explícita, mas desde então não houve um plano para transformar as…
💬 0