
Quais sons os dinossauros faziam? Projeto recria rugidos de 70 milhões de anos; ouça
Publicado em 18 de setembro de 2025 às 18:00
2 min de leituraHá muito tempo, pesquisadores e entusiastas se perguntam como soavam os dinossauros. O rugido grave do Tyrannosaurus rex, popularizado em Jurassic Park (1993), entrou para o imaginário coletivo, mas não passa de criação de Hollywood.
A verdade é que, até hoje, ninguém sabe ao certo que vozes esses animais emitiam. Isso porque o aparelho fonador – o conjunto de órgãos responsável pela emissão de sons – é formado principalmente por tecidos moles, mais difíceis de fossilizar.
Agora, um projeto interdisciplinar liderado por Courtney Brown, pesquisadora e professora da Southern Methodist University (EUA), tenta preencher essa lacuna combinando paleontologia, música e tecnologia.
O resultado é o Dinosaur Choir (“Coro dos Dinossauros”, em tradução livre) – um conjunto de instrumentos construídos a partir de crânios de dinossauros recriados em 3D, que permitem ouvir sons semelhantes aos que ecoavam no período Cretáceo (entre 145 milhões a 66 milhões de anos atrás).
O ponto de partida de Brown foram os hadrossauros, também chamados de “dinossauros de bico de pato”. Esses herbívoros viveram no fim do Cretáceo, entre 80 milhões e 70 milhões de anos atrás, e tinham como marca registrada as cristas ocas que se projetavam do crânio.
Essas estruturas estavam conectadas às vias nasais e provavelmente funcionavam como câmaras de ressonância, capazes de produzir sons graves usados em rituais de acasalamento, defesa ou comunicação em manadas.
Entre os hadrossauros, o Parasaurolophus tubicen se tornou o exemplo mais célebre. Em 1995, pesquisadores do Museu de História Natural do Novo México usaram um crânio fossilizado para simular seu possível chamado. O som obtido lembrava o ronco grave de uma buzina de navio – muito diferente dos rugidos de Hollywood.
Inspirada por esse experimento, Brown decidiu recriar a anatomia sonora de um parente próximo, o Corythosaurus, que viveu no que hoje é o Canadá há cerca de 75 milhões de anos. A partir de tomografias computadorizadas, ela imprimiu em 3D réplicas da crista e das passagens aéreas do animal.
Quando acopladas a uma laringe mecânica, essas estruturas funcionam como instrumentos de sopro: o ar reverbera nas cavidades cranianas e sai em forma de som, que pode variar de um sussurro a um rugido encorpado.
O projeto ganhou novo impulso em 2021, quando Brown passou a colaborar com o designer Cezary Gajewski, da Universidade de Alberta, no Canadá. Juntos, enfrentaram o desafio de tornar os instrumentos interativos em plena pandemia, quando o contato físico precisava ser evitado.
A solução foi substituir o sopro por sensores capazes de captar vibrações da voz ou da respiração. Esses sinais são convertidos em impulsos elétricos, enviados a uma caixa vocal digital que reproduz o som por meio de alto-falantes.
Fonte: Superinteressante
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