
Review: Borderlands 4 ambiciona ser o melhor da série e consegue
Publicado em 13 de outubro de 2025 às 19:01
3 min de leituraPoucas coisas nos videogames são tão recompensadoras quanto ver um inimigo deixar itens coloridos no chão ao ser derrotado. Fãs de Diablo, Destiny e The Division que o digam. A cor, elemento fundamental na composição do que hoje conhecemos como loot, é o que determina o nível de uma arma ou equipamento e funciona como termômetro da empolgação do jogador, e Borderlands 4 é um rei dessa regra.
É um tanto arriscado dizer que a franquia Borderlands criou, mas dá para afirmar com segurança que foi precursora ao combinar FPS, RPG e loot. Até então, ninguém havia integrado mecânicas de saque, sistemas de raridade de itens e uma progressão viciante em uma experiência cooperativa de tiro – ao menos não com tanta harmonia.
Concordo que essa mistura pode parecer comum atualmente, mas representou um ponto de inflexão em 2009, quando o Borderlands original foi lançado para PC, PlayStation 3 e Xbox 360. Passaram-se gerações até que a Gearbox Software percebesse que os anos 2000 ficaram para trás e que se reinventar era mais que necessário. Em 2025, finalmente, o estúdio conseguiu com Borderlands 4.
Borderlands 4: evoluir é preciso
Borderlands 4 mira mais alto que seus antecessores e deposita suas fichas em um mundo verdadeiramente aberto, vasto e sofisticado, cuja transição entre regiões acontece com mais naturalidade. Quando digo que o mapa é aberto, não, não é da boca para fora: você pode deixar a campanha de lado, logo após o prólogo, cumprindo ou não objetivos no seu próprio ritmo. É um playground sem regras desde o início.
Borderlands 3 se vendia como um jogo mais aberto – e, de fato, tinha áreas expansivas –, mas ainda delimitado por zonas, seguindo a cartilha de como tudo funcionava nos dois primeiros títulos. O quarto episódio, por sua vez, tem a exploração sem fronteiras como protagonista, o que, como resultado, relega a missão principal ao papel de coadjuvante.
Silos, tesouros, atividades paralelas, fragmentos de história e colecionáveis são apenas alguns dos pontos de interesse que entopem o mapa com um volume intimidador de ícones. Para se ter uma ideia da dimensão dos atrativos, passei as primeiras quinze horas de gameplay na área inicial e ainda deixei coisas pelo caminho.
Silos, tesouros, atividades, fragmentos de história e colecionáveis são apenas alguns dos atrativos que entopem o mundo aberto com um volume intimidador de ícones
Imagem: Flow Games/Victor Teixeira
Encontros aleatórios são opcionais em Borderlands 4, mas sempre nos incentivam a dar uma paradinha para farmar pontos de experiência e coletar loot. São os pit stops que fazemos para concluir esses eventos inesperados que dobram o tempo de jogatina, como se o conteúdo “fixo” já não fosse generoso o bastante. É o tipo de jogo que pode se tornar infinito para quem quiser que ele renda até o próximo lançamento da série.
Geograficamente falando, a pluralidade dos biomas faz bem aos olhos. Das cordilheiras nevadas às praias e florestas exuberantes, há estímulos visuais suficientes para manter o jogador entretido dentro da mesma província, sem enjoar. Uma pena que não haja um modo foto, não na janela de lançamento, para que a gente possa registrar a maravilha que é esse lugar.
História mais madura, mas o cringe está de volta
O fato de o mapa ser o trunfo de Borderlands 4, entretanto, não desqualifica sua narrativa – aqui com um tom propositalmente mais maduro. Situada em Kairós, a aventura parte do momento em que assumimos a função de um caça-arcas encarregado de libertar o planeta-prisão de seu governo opressor, sob o domínio do Senhor do Tempo, um déspota que se vale de aparatos alienígenas para manipular a população.
Imagem: Flow Games/Victor Teixeira
Acima dos tesouros que um caça-arcas costuma almejar, o seu propósito em Kairós logo passa a ser o de perseguir os cúmplices do vilão. Com o apoio das facções rebeldes que encontra ao longo da jornada, você deve abater, um a um, os fiéis escudeiros do tirano, cada qual exercendo um papel-chave na operação que busca controlar Kairós de ponta a ponta.
Fonte: Flow Games
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