
Satélites transmitem chamadas, mensagens e dados militares sem proteção
Publicado em 14 de outubro de 2025 às 12:20
2 min de leituraSinais retransmitidos por satélite foram interceptados por antena simples instalada em telhado • Pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego e da Universidade de Maryland interceptaram e decodificaram dados de satélites sem criptografia com equipamento de US$ 800.
• Transmissões incluíam chamadas, mensagens de texto, dados corporativos e informações críticas de segurança e infraestrutura, como plataformas de gás e óleo e usinas elétricas.
• A interceptação de dados por satélites é um risco conhecido pela NSA desde 2022.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego e da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, conseguiram interceptar transmissões de satélite e decodificar os dados. Com isso, puderam acessar ligações, mensagens, comunicações corporativas e informações militares.
De acordo com uma reportagem da Wired, o trabalho durou três anos e precisou de um equipamento relativamente barato, instalado em um telhado de San Diego. O custo foi de US$ 800 (cerca de R$ 4,4 mil, em conversão direta).
A antena foi apontada para diferentes satélites, em um esforço que levou centenas de horas, e conseguiu coletar sinais enviados para a Terra. Eles são obscuros, mas não contam com proteção de criptografia. Assim, foi possível interpretá-los, após meses de trabalho de decodificação.
Como os dados foram interceptados?
Equipamento de US$ 800 foi suficiente para capturar transmissõesNo fim do processo, os cientistas acumularam uma coleção ampla de diferentes informações. Entre elas, estão trechos de chamadas e mensagens de texto, principalmente de clientes da operadora americana T-Mobile.
O conteúdo interceptado vinha de torres desconectadas do resto da rede. Instaladas em locais remotos e de difícil acesso, elas dependem de satélites para transmitir seus sinais a antenas ligadas a cabos de fibra óptica. Por isso, só foi possível captar um lado das mensagens de texto e de voz. Após ser contatada pelos pesquisadores, a T-Mobile passou a criptografar esses dados.
Os pesquisadores também conseguiram captar e interpretar dados de outras operadoras, bem como a navegação de usuários do Wi-Fi em aviões comerciais.
A parte mais preocupante envolve transmissões de informações críticas de segurança e de infraestrutura. Os pesquisadores conseguiram encontrar comunicações envolvendo plataformas marítimas de gás e óleo e usinas elétricas.
Além disso, os cientistas interceptaram dados de forças militares e de segurança dos EUA e do México, incluindo localizações de pessoas, equipamentos e instalações.
Fonte: Tecnoblog
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