
Wi-Fi pode virar monitor de saúde: estudo mostra como roteadores detectam batimentos cardíacos
Publicado em 7 de setembro de 2025 às 13:09
2 min de leituraFonte: Hardware.com.br
O Wi-Fi está prestes a ganhar um papel inesperado no dia a dia. Pesquisadores da UC Santa Cruz apresentaram o Pulse-Fi, sistema capaz de transformar ondas de roteadores em sensores biométricos que captam batimentos cardíacos com precisão clínica. A descoberta pode abrir caminho para diagnósticos remotos, monitoramento de doenças crônicas e cuidados de saúde em casa — tudo sem pulseiras, faixas ou relógios inteligentes.
Como o Wi-Fi “escuta” o coração
O princípio é simples, mas poderoso. As ondas de rádio emitidas por roteadores sofrem pequenas variações ao atravessar o corpo humano. Um batimento cardíaco, embora quase imperceptível, gera uma assinatura única nesses sinais.
Para isolar o ritmo cardíaco de interferências externas, os cientistas aplicaram algoritmos de machine learning, treinados para diferenciar batimentos reais do “ruído” causado por movimentos ou ambiente.
Nos testes, realizados com 118 voluntários, bastaram cinco segundos de análise para obter leituras com margem de erro de apenas 0,5 batimento por minuto. Sessões mais longas aumentaram a precisão, mesmo em diferentes posições — sentado, em pé, deitado ou em movimento.
Um sistema acessível e barato
Outro ponto que chama atenção é o custo. A equipe utilizou chips ESP32, que custam menos de €10 (cerca de R$ 60), e placas Raspberry Pi, vendidas por cerca de €30. Com roteadores comerciais, a expectativa é que a performance seja ainda melhor.
Na prática, isso significa que transformar um roteador comum em um sensor de saúde já é tecnicamente viável, sem necessidade de equipamentos caros.
Mais do que batimentos: respiração e apneia do sono
O projeto não se limita ao coração. Os pesquisadores também investigam o uso do Pulse-Fi para monitorar a respiração, com foco em distúrbios como a apneia do sono. Os primeiros resultados, ainda não publicados, indicam potencial promissor.
Outro avanço é a distância: o sistema conseguiu identificar batimentos a até 3 metros de distância, superando limitações de estudos anteriores.
Pesquisa colaborativa e reconhecimento acadêmico
O trabalho foi liderado pela professora Katia Obraczka e pelo doutorando Nayan Bhatia, com apoio de jovens pesquisadores — incluindo um estudante do ensino médio que ingressou no time por meio de um programa de estágio científico.
Os resultados foram apresentados na conferência IEEE DCOSS-IoT 2025, um dos eventos de maior relevância no campo de sistemas distribuídos e Internet das Coisas.
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