
Como conquistar o coração do seu gato, segundo a ciência
Publicado em 17 de setembro de 2025 às 19:00
3 min de leituraEles têm fama de independentes, temperamentais e até frios, mas a ciência mostra que os gatos não são tão distantes quanto parecem. Pesquisas recentes vêm desvendando como se forma o vínculo entre humanos e felinos, e também quais fatores práticos fortalecem ou enfraquecem a relação.
A neurocientista Laura Elin Pigott, professora da London South Bank University, explica que a chave está na ocitocina, o chamado “hormônio do amor”. A substância, conhecida por aproximar mães e filhos e reforçar laços de amizade, também aparece quando humanos e gatos interagem. “A ocitocina desempenha um papel central na ligação social, na confiança e na regulação do estresse em muitos animais, incluindo os humanos”, escreveu Pigott em um artigo no The Conversation.
Experimentos já mostraram que esse hormônio aumenta quando pessoas acariciam cães – mas só mais recentemente ficou claro que o mesmo também ocorre na relação com gatos.
Estudos conduzidos no Japão em 2021 observaram que alguns minutos de carinho, com voz suave e toques gentis, foram o suficiente para elevar os níveis de ocitocina na saliva dos participantes humanos. Outro trabalho, em 2002, mostrou que o aumento do hormônio durante interações com felinos também reduzia o cortisol – o hormônio do estresse – ajudando a baixar a pressão arterial e até a dor.
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Mais recentemente, em fevereiro deste ano, cientistas monitoraram donos e animais em casa e encontraram uma tendência parecida: quando os bichanos iniciam o contato, sentando no colo ou se encostando nos donos, a ocitocina aumentava em ambos.
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Já em situações forçadas, como abraços insistentes, os efeitos eram o oposto. Em gatos ansiosos, a ocitocina chegou a cair após esse tipo de interação. Esses resultados reforçam que, para os felinos, o vínculo depende de respeito ao espaço individual.
Sinais de afeto existem, mas são discretos. O piscar lento, conhecido como “sorriso felino”, indica segurança e confiança. O ronronar não é só terrivelmente fofo: ele também acalmar o animal e, nos humanos, reduz a frequência cardíaca e pressão.
Rabo erguido, batida de cabeça contra a perna ou esfregar o rosto nos donos também são gestos que demonstram reconhecimento e proximidade. Em alguns casos, o gato enrola a cauda na perna do tutor, gesto que especialistas comparam a um “abraço felino”.
As comparações com cães ajudam a entender as diferenças. Em um experimento de 2016, após dez minutos de brincadeira, cães apresentaram aumento médio de 57% na ocitocina, contra 12% em gatos.
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A disparidade tem raízes evolutivas. Cães foram domesticados a partir de animais de matilha, programados para a convivência em grupo. Gatos descendem de caçadores solitários, que não precisavam de gestos sociais constantes para sobreviver. Por isso, sua confiança precisa ser conquistada aos poucos.
Essa conquista passa por escolhas práticas. Um estudo mostrou que interações iniciadas pelo gato tendem a ser mais bem-sucedidas do que as iniciadas pelo dono. Respeitar o tempo do animal, permitir que ele se aproxime primeiro e evitar toques em áreas sensíveis, como a base do rabo, aumentam as chances de criar uma experiência positiva.
Fonte: Superinteressante
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