
Review: Super Robot Wars Y é banquete generoso para fãs de mecha
Publicado em 16 de setembro de 2025 às 11:55
3 min de leituraQuando penso na identidade do Japão, tendo visitado Tóquio e Quioto há não muito tempo, algumas coisas me vêm imediatamente à cabeça. Como amante da culinária japonesa, katsu don, karê raisu e sushi estão sempre presentes nos meus pensamentos nostálgicos da viagem, mas RPGs, Pokémon e robôs gigantes também ocupam um espaço considerável na minha mente, e Super Robot Wars Y aguça essas lembranças.
Os mechas são ícones culturais e estão enraizados na tradição do país desde os anos 1950, atingindo seu ápice de popularidade entre os anos 1980 e 1990, sobretudo com Gundam, um símbolo da expressão criativa dos japoneses. Fiquei encantado como criança quando pude ver uma estátua do RX-78F00, modelo icônico da série, bem no centro de um píer em Yokohama, cativando os olhares de pessoas de todas as idades.
Foi a partir daí que comecei a compreender melhor o peso artístico dos mechas, que são, acredite se quiser, usados até hoje como instrumento de diplomacia cultural. Nos games, a franquia Super Robot Wars ainda engatinha no Ocidente em termos de popularidade, mas é um colosso dos crossovers em terras nipônicas, uma vez que reúne os principais nomes de mecha em seus mais de 30 anos de existência.
Super Robot Wars Y: a “Copa do Mundo” de Clubes dos mechas
Para quem não manja, pense em Super Robot Wars como a Copa do Mundo de Clubes que tivemos em 2025. Da mesma forma que o torneio de futebol permite o intercâmbio entre times brasileiros e europeus, Super Robot Wars possibilita que robôs de séries distintas se encontrem numa experiência inusitada para os fãs, com direito a desfechos surpreendentes – como a vitória do Botafogo sobre o PSG ou o show do Flamengo diante do Chelsea.
Falando sobre o jogo em si, Super Robot Wars Y é, em resumo, um RPG tático à la Fire Emblem com requintes de visual novel. Acho importante destacar o elemento narrativo, já que desenvolver relações com NPCs é tão importante quanto o combate em si, ainda que seja possível usar um recurso para acelerar diálogos nos momentos de impaciência. Esteja avisado: há conversas à beça.
Tal como nos demais títulos da franquia, você assume o papel de um personagem original, aqui um mercenário habilidoso, descendente de uma linhagem de ninjas, que pilota um Mobile Armored Ninja, um dos robôs mais estilosos que você vai ver na vida. O protagonista, na verdade, embora tenha sua importância, serve mais para amarrar as histórias e personagens dos diferentes universos, atuando como um pretexto para justificar essa convergência.
Como sei que quem gosta da franquia joga pelo enredo, vou me abster de dar detalhes aprofundados para não estragar a surpresa de ninguém. Tudo o que você precisa saber de Super Robot Wars Y é que existe uma nova ameaça aos humanos, o que exige que uma organização com os melhores pilotos de mecha seja criada para estar à frente na guerra entre Terra e espaço. Clichê, sejamos honestos, mas funcional dentro do que se propõe a oferecer, dando uma base sólida para que os robôs brilhem.
Apesar de eu não ser um grande adepto do gênero visual novel, devo confessar que as interações entre heróis dos mais variados animes me pegaram muito, mesmo sentindo uma certa preguiça de ler textos longos numa tela grande. O verdadeiro protagonista não é você, tampouco o seu grupo de mechas, mas sim o crossover carregado de fanservice. Das músicas icônicas às animações caprichadas, as fusões de Super Robot Wars Y nunca são gratuitas: são feitas sob medida para tocar no subconsciente do fã. Para você ter uma ideia da dimensão desse multiverso, eis a lista das IPs envolvidas:
• Reideen the Brave
• COMBATTLER V
• Aura Battler Dunbine
• New Story of AURA BATTLER Dunbine
• Heavy Metal L-Gaim
• Mobile Suit Z Gundam
Fonte: Flow Games
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