
Som do choro de bebês faz o rosto humano esquentar, aponta estudo
Publicado em 15 de setembro de 2025 às 18:00
2 min de leituraUm bebê começa a chorar. Quem está por perto pode sentir imediatamente a ansiedade subir, a vontade de agir ou o desconforto de não saber como ajudar. Agora, um estudo mostra que essa reação vai além das emoções: ouvir o choro de um bebê pode literalmente aumentar a temperatura facial dos adultos.
A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade Jean Monnet e da Universidade de Saint-Étienne, na França, foi publicada no Journal of the Royal Society Interface.
Usando câmeras térmicas, a equipe registrou que homens e mulheres apresentaram aumento de temperatura facial quando ouviam gravações de bebês chorando. O efeito foi mais forte quando os choros vinham de situações de dor real, como uma picada de vacina.
Nem todo choro de bebê é igual. Quando estão apenas desconfortáveis – por exemplo, durante um banho – os sons são mais regulares. Já nos momentos de dor, os bebês contraem a caixa torácica com força, empurrando ar em alta pressão pelas cordas vocais. Isso gera vibrações caóticas e sons desarmônicos, que os cientistas chamam de fenômenos não lineares (PNL).
Segundo os pesquisadores, esses PNL funcionam como um alarme natural: são difíceis de ignorar e aumentam a chance de o bebê receber cuidados imediatos.
“A resposta emocional ao choro depende de sua ‘rugosidade acústica’”, explicou o professor Nicolas Mathevon, especialista em bioacústica da Universidade de Saint-Étienne, ao The Guardian.
O sistema nervoso autônomo – rede de nervos que regula funções involuntárias, como respiração, digestão e batimentos cardíacos – é o responsável pela reação fisiológica. Ao detectar os sons caóticos, ele provoca uma mudança na circulação sanguínea, aquecendo a pele do rosto.
“Quanto mais dor os gritos expressam, mais forte é a resposta do nosso sistema nervoso autônomo, indicando que sentimos emocionalmente a informação de dor codificada nos gritos”, acrescentou Mathevon.
Fonte: Superinteressante
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Laura Elin Pigott é professora sênior de Neurociências e Neurorreabilitação na Faculdade de Saúde e Ciências da Vida, London South Bank University. Este artigo foi republicado do The Conversation sob uma licença Creative Commons. Leia o artigo original.
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